segunda-feira, 15 de junho de 2009

E assim a gente não sai.

Bom mesmo é paixão no sofá da sala. Respiração funda e olho no olho. Tão próximo que faço daqueles olhos um espelho, e alí faço meu mundo, nos olhos que brilham, pequenas órbitas, dois mundos. Um mundo caindo e eu alí, caindo naquele mundo. Me vendo ofegante no reflexo, tão próximo, não só de distâncias mas de almas também, o brilho é importante porque é preciso também enxergar-se alí. Duas almas se olhando e achando tudo aquilo eterno.

Uma pena, mas essa vida ficou cedo demais pra falar de amor. A idéia desse cume de sentimentos é uma poeira muito fina, uma idéia tão vaga quanto dar poemas àqueles que não estão aí pro coração, se esvai num sopro como se fosse nada e a poeira some no ar. E não se fala de Amor no meio da vida, porquê Amor é final. Acho que é uma idéia que a gente só alcança quando tudo acaba, quando desistimos dos quereres, no final mesmo. Quando aceitamos - pela força do tempo - a beleza e os desafios da alma do outro, e assim nos veremos amando, quase sem perceber. E que todo mundo possa falar do Amor eterno um dia. Até lá nós vamos de sofá mesmo, sempre achando que o Amor chegou.