terça-feira, 28 de julho de 2009

Com muito orgulho, com muito amor.

É o país das mulheres de muito passado e homens de futuro nenhum, a política só funcionaria se não houvessem os políticos, porque no Brasil política só é mais uma profissão bem remunerada, boa vontade? Que nada. A idéia do político já é sinônimo de má indole, se não é, a história mostra que será. É o país do dedo duro torto, que fica apontando e caguetando as pessoas erradas dizendo que o problema do tráfico é o usuário, que o menor rouba e mata porque o pai não educa, que o pai não educa porque não quer, não interessa se ele tem formação o suficiente pra isso, ele ganha o sessenta reais do bolsa família portanto o filho deveria ser educado. Educação é coisa secundária, a fome tem de ser zero e o bolsa família é o ópio do povo. E é esse mesmo menor que rouba e mata que será o pai com a missão de educar alguém amanhã, o dedo duro torto desse país nunca ouviu falar que crianças são mensagens vivas que mandamos ao futuro. É simples, é básico, é simplesmente educação. Eu tenho um sentimento tão Malufético de quem já não tem esperança alguma que eu queria dizer pra quem quer fazer política o seguinte: vá lá e rouba, mas educa, ao menos isso, roubem da saúde, da aposentadoria dos velhos, mas não tirem da educação. Entendeu a gravidade da coisa? A única esperança é adotar a filosofia "estupra mas não mata", com alguns complementos de "relaxa e goza" - já que o estupro é inevitável. Política é um porre. Não queria manchar este meu espaço com este porre. Mas hoje na casa dos meus pais eu abrí uma antiga revista TRIP e foi a primeira coisa que lí: "Política é um porre, um porre necessário." Não lembrava desse texto e a sensação ao ler é de que nunca havia lido, o que não me espanta, porque a revista é de uns oito anos atrás, se hoje ainda não me interessam estes assuntos, há oito anos atrás eu deveria estar mais preocupado com o próximo baseado do dia e nada mais. O texto é de Ricardo Guimarães e o cara estava dando uma força a um leitor da revista que estava prestes a entrar na política. O leitor dizia que era tarde e que ficou omisso por anos em relação a isso e que sentia agora, com mais idade, necessidade de por um dedo seu nas coisas que acontecem no país, dar sua contribuição. Por onde andará o nosso herói de oito anos atrás? Pensando nele como uma má índole; está com dinheiro no bolso e deve estar com seu nome por aí, envolvido em alguma sujeira. Se for realmente boa pessoa tentou algo honesto, se deu mal e se recolheu na sua militância impotente em que sempre viveu, porque prefere viver puto com tudo mas com dignidade. Eu não sei em qual das duas situações você apostaria, só sei que não há uma terceira opção. Eu fico com a primeira.