sábado, 5 de novembro de 2011

Destino

Demorou um bom tempo para a viagem àquele lugar lindo e desejado sair dos planos dele  e  finalmente ter forma, cor, textura. A passagem, o convite ao tão esperado destino, estava ali, nas mãos dele. Em meio a valores e números que indicavam a  poltrona,  surgia uma brisa em seu rosto que o trazia  a sensação de que... Finalmente!

Embora com o suficiente, partiu com pouco na mochila, o peso maior de coisas estavam depositadas em suas expectativas, que pesam, mas não dão volume a mochila alguma. A caminho do aeroporto, lhe ocorreu que tudo que havia deixado pra trás na verdade não lhe faria falta nem nos dias mais broxantes como num domingo qualquer. Estava tudo alí: a mochila, um coração quente e promessas de alegria - quem precisaria de mais?

Às 20:00 pousa em seu destino já com saudade de um lugar que ainda nem conhecera, mas em seus desejos de estar alí ja era claro a falta que aquele lugar um dia lhe faria.  

Ir ao banheiro ou talvez tirar uma foto alí, no aeroporto mesmo - momentos felizes a gente congela e sintetiza em papel - pensava. E continuaria pensando outras maravilhas que aquele mundo de oportunidades de alegria lhe traria não fosse a notícia que estava sem seus documentos, dinheiro, roupas e todo aquele pouco e necessário recheio de mochila... Que, por sua vez, se encontrava bem longe do lugar que lhe foi destinada. Um coração quente. Uma mochila extraviada.

Foi assim que me sentí essa noite toda: num destino desejado, entregue a situações que não faziam parte dos meus planos. Tudo sem sair do meu quarto.