domingo, 26 de abril de 2009

"Socorro, não estou sentindo nada."

Qualquer senhor sentado num banco de praça voltaria ao seu vigor se estiver apaixonado.

E eu, um cara com duas décadas de vida afirmando coisas? Pois bem. Se até a cegueira que tal estado emocional nos proporciona ganha certa beleza. Se até os dias mais monótonos ganham vida. A borboleta que nos dias de menos calor no coração, é somente borboleta, passa à condição de "espécie cambaleante no céu, de um amarelo único, capaz de alegrar uma vida, e até um comentário ao amigo do lado: "borboletas vivem somente o hoje, sabia?". Quer poesia maior que esta observação? Não terá se ela vier de alguém apaixonado - e essa é uma observação só permitida aos apaixonados, exclusividades do coração.

As coisas se transformam. E se há tanta transformação assim nesses dias de calor no coração, por que não dar chance às batidas suaves daquele velhino sentado na praça? Eu tenho que acreditar que paixões revigorantes voltarão sempre aos nossos corações, calejados ou não.

É isso que eu quero pro resto da minha vida. Não estou a procura de alguém, e sim, de um sentimento.