quarta-feira, 11 de março de 2015
Massa falida.
"... não aborte os teus ideais no ventre da covardia. Vá a luta empunhando a verdade e a liberdade não é utopia."
quarta-feira, 11 de junho de 2014
Circo.
Amanhã começa a Copa do Mundo 2014. As seleções provavelmente já estão em solo Brasileiro, a cerveja está gelada, os estádios estão prontos, algumas ruas estão pintadas, o "doodle" está a caráter, enfim. Embora não seja muito fã de futebol, há em mim a alegria do Gol em jogos da seleção, eu gosto e espero por isso. Mas nada comparado a ansiedade da primeira notícia de "deu merda" que acho vem por aí. Não vejo a hora. A mãe Diná não deixou nada pra gente antes de morrer? Tô que não me aguento.
domingo, 8 de setembro de 2013
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Vida
“Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ser mais, mas sabe menos do que eu”.
Vinícius de Moraes
Vinícius de Moraes
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Vida.
Não viver já não assusta e o precoce ainda me acompanha. Assusta estar vivo dentro de tamanha aberração. Quando se perder, para aquele que só se perde, perde a beleza, não resta mais nada. Não fica nada. Não fica a instiga, não ficam aquelas que protegí de mim mesmo e talvez, eu também já não esteja aqui. Não fica nada. Nada além da minha maldição àquela que não protegí. Além, nada.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
A idade da razão.
"... os dias mais recuados de sua infância, o dia em que dissera: "Serei livre", o dia em que dissera: "Serei grande", apareciam-lhe, ainda agora, com seu futuro particular, como um pequenino céu pessoal e bem redondo em cima deles, e esse futuro era ele, ele tal e qual era agora, cansado e amadurecido. Tinham direitos sobre ele e através de todo aquele tempo decorrido mantinham suas exigências, e ele tinha amiúde remorsos abafantes, porque o seu presente negligente e cético era o velho futuro dos dias passados. Era a ele que eles tinham esperado vinte anos, era dele, desse homem cansado, que uma criança dura exigira a realização de suas esperanças; dependia dele que os juramentos infantis permanecessem infantis para sempre, ou se tornassem os primeiros sinais de um destino. Seu passado sofria sem cessar os retoques do presente; cada dia vivido destruía um pouco mais os velhos sonhos de grandeza, e cada novo dia tinha um novo futuro; de espera em espera, de futuro em futuro, a vida dele deslizava docemente...em direção a quê?" - Jean Paul Sartre
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Martha Medeiros.
Sentir-se amado
O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Canteiros.
"... nem aquilo a que me entrego, já me dá contentamento."
E aqui é o último lugar onde vou conseguir ser. Tudo bem se é o último. A dor é por ser o único.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Mudança.
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
Camões.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Afogue meus instintos.
Se você é "natural born killer", não espere que seus amigos também sejam. Lamente, só lamente. Talvez um dia você também aprenda a só parecer um Knox. Ser é estar só.
Por Charles BukowskI
Andava com mania de suicídio e com crises de depressão aguda; não suportava ajuntamentos perto de mim e, acima de tudo, não tolerava entrar em fila comprida pra esperar seja lá o que fosse. E é nisso que toda a sociedade está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa. Tentei me matar com gás e não consegui. Mas tinha outro problema. Levantar da cama. Sempre tive ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores invenções da humanidade foram a cama e a bomba atômica; não saindo da primeira, a gente se salva, e, soltando a segunda, se acaba com tudo". Acharam que estava louco. Brincadeira de criança, é só disso que essa gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo sem nem se abalar com este horror que é a vida.
Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois que se passa a noite inteira dormindo cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de abrir mão. Sempre fui solitário. Você vai me desculpar, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma que outra trepadinha legal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. É, eu sei que isso não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo refestelado aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram essas pessoas que me tornaram infeliz.
quinta-feira, 1 de março de 2012
14/88
"Um dia se fará justiça ao Ku Klux Klan; tivéssemos uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destrói a capacidade construtiva" - Monteiro Lobato, em carta.
Não acho que tenha que mudar algo no mundo por causa da sua literatura racista, nem nas escolas ou seja lá onde for que suas obras cheguem. Mas se o cara escrevia cartas com elogios à Ku Klux Klan, dizer que não há racismo na obra dele argumentando que é só reflexo da época em que viveu e assim escrevia porque na época o ensinaram que era assim, é simplesmente justificar todo o Holocausto Nazista.
Não acho que tenha que mudar algo no mundo por causa da sua literatura racista, nem nas escolas ou seja lá onde for que suas obras cheguem. Mas se o cara escrevia cartas com elogios à Ku Klux Klan, dizer que não há racismo na obra dele argumentando que é só reflexo da época em que viveu e assim escrevia porque na época o ensinaram que era assim, é simplesmente justificar todo o Holocausto Nazista.
Cecília Meireles
É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste. É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada. É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre. É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia. É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua. É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo. É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar. É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. Se você errou, peça desculpas. É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Se alguém errou com você, perdoa-o... É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender? Se você sente algo, diga... É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar? Se alguém reclama de você, ouça... É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você? Se alguém te ama, ame-o. É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida. Mas, com certeza, nada é impossível Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade.
Nem tudo é fácil na vida. Mas, com certeza, nada é impossível Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Diferente
Um mundo sem pessoas déjà vu. Aquele que você ainda não conhece, mas de tão comum e óbvio, já viu tudo.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Por via das dúvidas.
Uma coisa é certa: Deus não é sádico e não quer que você ande por aí de joelhos por ele ou por qualquer outra causa. Outra coisa, também certa, é que Diabo não é tão idiota para possuir somente pessoas ignorantes em igrejas que mais parecem bares, ninguém quer perder tempo.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Universidade do crime
Também acho que o Lindemberg seja um bom rapaz. Um bom rapaz com uma estrutura familiar falha. Um bom rapaz desequilibrado. Um bom rapaz que cometeu um erro e tem que pagar por isso. Um bom rapaz num país onde tudo é falho, inclusíve o sistema penitenciário, quando ele sair de lá, da cadeia, aposto, bom rapaz não vai ser.
E logo ele está na rua. Eloá nunca mais. A grande piada que são as leis brasileiras resolve o problema de alguém? Só do populacho que adora um show de horror.
É com você, Datena.
E logo ele está na rua. Eloá nunca mais. A grande piada que são as leis brasileiras resolve o problema de alguém? Só do populacho que adora um show de horror.
É com você, Datena.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Cride, fala pra mãe...
Globo exposta no mundo da internet sendo expulsa em protesto por ter distorcido a greve dos policiais e bombeiros. Morte da Whitney Houston sendo noticiada 30 minutos via twitter antes de qualquer jornal convencional por alguém próximo ao hotel onde foi encontrada. Indústria EVIL do entretenimento tremendo diante da evolução tecnológica propondo leis que beiram o desespero...
O mainstream está tremendo diante da internet. Aproveitem, logo, logo o mundo e o estado monopolizam a informação via banda larga. E você não vai sequer ficar sabendo.
O mainstream está tremendo diante da internet. Aproveitem, logo, logo o mundo e o estado monopolizam a informação via banda larga. E você não vai sequer ficar sabendo.
Fantasma.
No meu mundo perfeito, nos frascos de maquiagem e afins são obrigatórios os seguintes dizeres:
"Bom-senso é tudo na vida, se você não tem, mantenha distância deste produto. Mas caso insista, consulte um amigo ou um parente que tenha coragem de lhe dizer a verdade sobre sua aparência. Não misture este produto à falta de bom-senso."
"Bom-senso é tudo na vida, se você não tem, mantenha distância deste produto. Mas caso insista, consulte um amigo ou um parente que tenha coragem de lhe dizer a verdade sobre sua aparência. Não misture este produto à falta de bom-senso."
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Ética e caráter.
Parem de tentar, a melhor definição já foi escrita:
Chamamos de Ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de Caráter. - Oscar Wilde.
Chamamos de Ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de Caráter. - Oscar Wilde.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Pertenço a ela.
"... estar apaixonado sempre traz para a pessoa fenômenos cômicos em meio também aos trágicos; e ambos porque a pessoa apaixonada, possuída pelo espírito da espécie(instinto), passa a ser dominada por esse espírito e não pertence mais a si própria." - Schopenhauer.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
A frieza dos homens aqueceu o planeta.
Hoje vou ao supermercado, pegarei vinte sacolinhas plásticas, dessas de colocar legumes e verduras - porque sei que essas não foram proibidas - e vou tirar do bolso com a tranquilidade de um monge, na frente da moça do caixa, vou embalar todas as minhas compras e vou sair indiferente ao lembrar que estou destruindo o planeta. E cpf na nota, por favor.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Já escolheu como quer viver hoje?
O poeta diz que o amor foge a dicionários. As inseguranças também fogem, mas estas, não dão beleza a nada e tratam de por fim ao que de mais gostoso tenho pra viver. E eu prefiro não viver mais assim, viver alimentando suspeitas ao não confiável ou cometendo graves erros de julgamento barato a quem não mereça. O que dói e o que temo, é que da minha insegurança não disseram como é que me desfaço e com ela, vou até o fim.
domingo, 29 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Sujeira embaixo do tapete.
Se informe antes de elogiar estes supermercados que estão fazendo essa palhaçada com sacolinhas plásticas e de quebra vão ficar com imagem de ecologicamente corretos. Fora o govergo que é falho no setor de reciclagem e ao invés de educar o povo pra um melhor comportamento diante do problema do mundo - e das sacolinhas, me faz uma campanha ridícula dessas de Ecobag. Se o povo não souber utilizar esta "ecobag", o estrago é bem maior; uma ecobag é 200x mais prejudicial ao planeta que uma sacola plástica, se não for usada corretamente. O plástico é uma das poucas coisas, se não a única, que nós podemos reciclar quantas vezes quisermos, e isso é feito em países onde o setor de resíduos sólidos funciona. A vida sem essas sacolinhas vai ser irritante, escreve o quê estou dizendo. Desde o lixo que você joga à uma passada no mercado de última hora sem uma ecobag. Mas é o Brasil, e assim é que vai ser. O país do tapa sol com a peneira, o país do governo que pra acabar com o esgoto nos rios, pede pra população parar de cagar. Educar pra quê?
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Sobre o SOPA
Olha, pra mim essa coisa de petição on-line não vale nada, mas pesquisando, fontes seguras disseram que tem importância, portanto, não custa, assine aqui.
E se você ouviu aí que o Presidente Obama vetou... Não, ele não vetou, só disse que é a favor de algo menos radical porque a pirataria tem que ser combatida. Em ano de eleição, ele não seria idiota de dizer outra coisa. Vai ser votado dia 23 de fevereiro. Eu tenho um cagaço grande dessas leis para a internet, existe até um post antigo aqui no meu blog sobre a Lei do deputado Eduardo Azeredo que queria criar leis absurdas para a internet no Brasil, na época os internautas chamaram o projeto de AI-5 digital, numa alusão ao ato institucional número 5, decretado durante o regime militar obrigando todo veículo de comunicação, entretenimento e afins de passar por um censor antes de ser veículado.
Pra quem não entendeu a lei SOPA(to com preguiça de consultar a sigla, vai lá), vou tentar uma explicação rápida "for dummies", sem termos técnicos, mas só pra entender o porque tal lei, mesmo que fora do nosso país, é tão prejudicial pra todo mundo.
Toda produção, seja filme, música, livro ou imagem é protegido pela lei do direito autoral e pra você consumir você terá de pagar ou ser autorizado a tal. Consumir um produto protegido é crime. Aí mora a beleza da internet; nós temos a mp3, e-books, filmes nos mais diversos formatos, softwares e jogos que no mercado legal custam os olhos da cara; tudo aqui pra gente de graça. Pagaríamos por quê? A lei já existe, eu não posso consumir isso, mas é impossível para a indústria do entretenimento e outros setores afetados pela pirataria, controlar essa enxurrada de pessoas cometendo esse crime. É muito mais fácil controlar quem dá acesso a esse material para essas pessoas. Quem dá acesso são os grandes buscadores como a Google, sites de torrents, sites de armazenamento de arquivos etc... Mas se existe uma lei que já proíbe a pirataria porquê entraria uma outra?
Todo site de armazenamento de arquivos hospeda seus servidores em países onde não há uma lei vigente pra banir o site e seus responsáveis, mesmo quando há, é complicado demais você mexer com a justiça de outros países. Essa é a grande essência da internet, o mundo inteiro está compartilhando informações, arte, música, entretenimento em geral e ninguém está pagando imposto pro governo e os magnatas da indústria fonográfica, cinematográfica estão deixando de encher seus bolsos. O mundo inteiro, exceto a China e países que controlam o que as pessoas podem ou não ver, ouvir e ler. No mais, querem adotar o sistema DNS Chinês.
Enfim, o estudante não vai estudar na wikipedia ou em sites especializados em divulgar material universitário que custa caro nas lojas e são poucos em bibliotecas. Você não poderá ouvir sua música, sequer poderá buscar a imagem do seu cantor favorito no google. O governo decidirá o que você pode ou não consumir na internet. A indústria inteligente se adequou ao novo mundo, e isso é fato, a possibilidade da não censura e que todos saiam ganhando existe, principalmente nós consumidores de entretenimento e informação. Não é o mundo e nem a nova geração internet que tem que se adequar à velha indústria controlada por magnatas bilionários que defendem seus próprios interesses. Portanto, vote neste link. Não custa.
E se você ouviu aí que o Presidente Obama vetou... Não, ele não vetou, só disse que é a favor de algo menos radical porque a pirataria tem que ser combatida. Em ano de eleição, ele não seria idiota de dizer outra coisa. Vai ser votado dia 23 de fevereiro. Eu tenho um cagaço grande dessas leis para a internet, existe até um post antigo aqui no meu blog sobre a Lei do deputado Eduardo Azeredo que queria criar leis absurdas para a internet no Brasil, na época os internautas chamaram o projeto de AI-5 digital, numa alusão ao ato institucional número 5, decretado durante o regime militar obrigando todo veículo de comunicação, entretenimento e afins de passar por um censor antes de ser veículado.
Pra quem não entendeu a lei SOPA(to com preguiça de consultar a sigla, vai lá), vou tentar uma explicação rápida "for dummies", sem termos técnicos, mas só pra entender o porque tal lei, mesmo que fora do nosso país, é tão prejudicial pra todo mundo.
Toda produção, seja filme, música, livro ou imagem é protegido pela lei do direito autoral e pra você consumir você terá de pagar ou ser autorizado a tal. Consumir um produto protegido é crime. Aí mora a beleza da internet; nós temos a mp3, e-books, filmes nos mais diversos formatos, softwares e jogos que no mercado legal custam os olhos da cara; tudo aqui pra gente de graça. Pagaríamos por quê? A lei já existe, eu não posso consumir isso, mas é impossível para a indústria do entretenimento e outros setores afetados pela pirataria, controlar essa enxurrada de pessoas cometendo esse crime. É muito mais fácil controlar quem dá acesso a esse material para essas pessoas. Quem dá acesso são os grandes buscadores como a Google, sites de torrents, sites de armazenamento de arquivos etc... Mas se existe uma lei que já proíbe a pirataria porquê entraria uma outra?
Todo site de armazenamento de arquivos hospeda seus servidores em países onde não há uma lei vigente pra banir o site e seus responsáveis, mesmo quando há, é complicado demais você mexer com a justiça de outros países. Essa é a grande essência da internet, o mundo inteiro está compartilhando informações, arte, música, entretenimento em geral e ninguém está pagando imposto pro governo e os magnatas da indústria fonográfica, cinematográfica estão deixando de encher seus bolsos. O mundo inteiro, exceto a China e países que controlam o que as pessoas podem ou não ver, ouvir e ler. No mais, querem adotar o sistema DNS Chinês.
Enfim, o estudante não vai estudar na wikipedia ou em sites especializados em divulgar material universitário que custa caro nas lojas e são poucos em bibliotecas. Você não poderá ouvir sua música, sequer poderá buscar a imagem do seu cantor favorito no google. O governo decidirá o que você pode ou não consumir na internet. A indústria inteligente se adequou ao novo mundo, e isso é fato, a possibilidade da não censura e que todos saiam ganhando existe, principalmente nós consumidores de entretenimento e informação. Não é o mundo e nem a nova geração internet que tem que se adequar à velha indústria controlada por magnatas bilionários que defendem seus próprios interesses. Portanto, vote neste link. Não custa.
sábado, 14 de janeiro de 2012
Bodas de saco, cheio.
Bodas de ouro quem está fazendo sou eu, que comemoro uns dois meses de relação. Tudo é alegria, paixão fulminante, declarações eternas e planos para o futuro a dois. Porquê envolver ouro numa parada que envolva duas pessoas e que já dura cinquênta anos, meu amigo, é no mínimo contraditório. Bodas de Paciência é o nome mais apropriado. Ouro? Eufemismo não ergue os ânimos matrimoniais de ninguém, o nome disso é viagra, eufemismo faz outra coisa, desnecessária a essa altura. Convenhamos.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Matrimônio fictício. Maldição real.
Ela conseguiu, mais uma vez. Ela conseguiu...
Achei uma seleção de fotos não muito famosas de gente famosa, neste Link, destaque para Hunter Thompson, meu ídolo na escrita ou jornalista favorito, ao lado do meu ator favorito, que por acaso, eram amigos pessoais intensos. Nos últimos dias de vida de Thompson, antes de meter uma bala em sua própria cabeça, elas eram atiradas em direção a qualquer ser humano que se aproximasse de sua propriedade, exceto ele: Johnny Depp. Depp arcou com as despesas do funeral e a intimidade era tanta que foi ele quem acendeu o canhão que atirou as cinzas de Thompson ao mar. E a vida tem dessas. Não sou fã de Johnny Depp por ele ter interpretado Thompson no cinema muito menos por terem sido muito amigos. Eu não sabia disso. Soube muito tempo depois. Até o filme ví muito tempo depois de conhecer o texto retratado no filme por Depp. Simplesmente aconteceu. Amo filmes na minha medida e amo a arte da escrita. Eles se encontraram, eu encontrei eles. Thompson faz com que eu escreva sem o objetivo de que alguém goste ou entenda esse amontoado de palavras do meu maldito alter ego. Depp nunca me deu o trabalho de ler a sinopse de um filme pra ter certeza de que o tema vale a pena e sempre fez com que eu não perdesse muito tempo numa locadora de filmes durante a escolha.
Mas dessa vez ela estava lá junto a Depp: Angelina Jolie, na capa de "O turista". E o medo ocorreu sem saber de onde mas sei muito bem porquê me ocorreu. Era a lembrança traumática de um dos filmes mais ridículos da história de Brad Pitt; Sr & Srª Smith. A maldição dura até hoje, Brad Pitt nunca mais colocou o roteiro à frente de digitos e valores milionários.
O turista não é um filme ruim para os padrões hollywoodianos, mas para o padrão Johnny Depp de roteiros magníficos, é um fiasco sem tamanho. Brad Pitt era casado com Angelina Jolie em Sr & SrªSmith e a maldição perdura. A última cena de "O Turista" me incomodou bastante; os rios de Veneza, Depp e Jolie indo às possibilidades desconhecidas do Amor, me causaram calafrios. Que tenham só um caso. Mas que não se casem. Foi exatamente isso que acabou com a franquia toda de 007, casaram o agente-secreto-malandro e tudo foi ralo a baixo. Matem meu ídolos, mas não os casem com mulheres malditas em filmes derrotas. Por favor, tenho medo da maldição perdurar e não quero perder meu tempo em locadoras de filmes. A maldição de Jolie é real, aposto.
Adágio popular.
Eu tentei escrever milionário 3 vezes. Errei em todas e com vergonha de mim recorrí ao google. Vergonha não por recorrer ao google, mas pela palavra boba. Ridículo pra mim e créditos pro velho sábio que sempre afirmou: "nunca escreva mais do que você lê." Dá nisso, né?
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Pílula azul.
Muito maneira essa time line nova do facebook, redes sociais que contam histórias através de histórias e já dão traços reais de personalidade às pessoas virtuais, eu não deveria achar isso magnífico, mas acho. Isso sim é web 2.0 - Acho que isso foi a única coisa que Huxley e Orwell não conseguiram prever e que vai estar muito presente na nossa vida durante a caminhada ao cume social totalitário. O começo da timeline me dá a certeza de uma Matrix estampando o "nascimento" de cada um. Poético, gelado e, aos meus olhos, magnífico.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Me deem remédio. Ou um amor pra viver sem pensar.
Esqueceram de pensar no por quê da rebeldia. Esqueceram de pensar naqueles que não tem satisfação alguma, mesmo diante de realizações profissionais ou pessoais. Alô, sociedade, tem que ver isso aí, heim? Ninguém quer viver de remédinho a vida toda.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O malandro e seus heterônimos.
Alvaro de Campos - Lisbon Revisited
(l923)
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
(l923)
NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Eu exijo meu osso.
Eu não sei se choro, se abstraio, se dou risada ou se pago de Che Guevara do facebook quando leio esses lances... Aumento de 126% para vereadores em Campinas e 120% em Londrina. É o samba do criolo doido. Eles não aumentam 5%, 15% - o que já seria falta de respeito - já botam pra fuder gostoso mesmo, já não disfarçam mais, aliás, disfarçariam por quê? Se choro, se rio, se voto, se luto, se mato ou se abstraio, realmente não sei, porque nada disso vai mudar nada. A única coisa que posso fazer nesse país maldito com a certeza de que verei meu imposto sendo útil à minha pessoa é sonhar em ser um filho da puta destes aí. Aceite, é a única coisa que pode fazer também. Candidate-se.
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Jingle bells.
Eu ainda acho que as pessoas fingem que gostam de panetone. Meu Deus, como essa merda sobrevive em meio a tantas guloseimas natalinas? Essas frutinhas existem fora desse pão? Eu acho que elas nascem lá, nunca ví fora do panetone e nem quero. Elas devem nascer lá mesmo, dentro deste "bolo" que deu errado. Vocês sabem né? A história do panetone é essa; o bolo deu errado, ploft, nascia então: o panetone. A wikipedia diz que um padeiro italiano queria impressionar o pai de uma moça a qual estaria apaixonado e criou essa parada e a batizou de pão di Toni. Sim, Toni é era o nome do pai da garota, que por sua vez não ia muito com a cara do nosso amigo padeiro.
Pra mim é tudo balela pra disfarçar a verdade. que nua e crua nos revela pouco romantismo; simplesmente é um bolo que deu errado. Se eu não estiver certo eu me recolho. Mas não me venha falar de final feliz pra essa novelinha do panetone. Porquê tenho certeza, que esse padeiro morreu solteiro... Morreu!
Pra mim é tudo balela pra disfarçar a verdade. que nua e crua nos revela pouco romantismo; simplesmente é um bolo que deu errado. Se eu não estiver certo eu me recolho. Mas não me venha falar de final feliz pra essa novelinha do panetone. Porquê tenho certeza, que esse padeiro morreu solteiro... Morreu!
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Mas no fim, é só sexo e estômago.
A vida amorosa de um Homem pode ser medida se foi na base da canalhice ou da sinceridade, se deixou boas marcas ou algumas feridas, se foi um bom homem ou um moleque, isso tudo pode ser medido pela música "olhos nos olhos" do Chico Buarque. Se os amores que passaram na sua vida cantam essa música e pensam em você, você é um looser. Mas há sempre uma outra chance, evite ser o homem dessa música e eu te asseguro por experiência própria (quem nunca foi uma derrota com alguém que atire a primeira pedra) que nunca mais sofrerá por amor, muito menos por culpa. Não seja o cara dessa música.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Meninos, prestemos atenção. Vai lá, Martha.
Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas... permita que eu escove os dentes primeiro. Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar... experimente me amar!
Sempre dela, foderosa: Martha Medeiros.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar... experimente me amar!
Sempre dela, foderosa: Martha Medeiros.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Até entendo se você não faz de "The Matrix" seu filme favorito, até entendo... Mas se você simplesmente disser que não gostou, existem estas possibilidades: Você não assistiu. Você não entendeu. Você nunca se perguntou nada na vida. Você é muito religioso mas não entende balhufas do que a bíblia diz. Você não sabe o que é fisolofia, sequer já ouviu falar da Parábola da caverna. Você gosta de vampiros que brilham ao sol invés de virar pó e adora Harry Potter. Você é um organismo unicelular. Você é uma ameba. Escolha qualquer alternativa, meu amigo, pode ser uma, duas, todas as alternativas. Mas escolha. Porque NADA que você alegar além disso, será verdade. Mas tá, te respeito né.
domingo, 27 de novembro de 2011
"... vou on-line, digital, etc e tal."
Há um tempo atrás tive alguns problemas pra me relacionar com pessoas, mais do que eu julgava normal. Não sou alguém que se esconde de tudo e todos e não acho que o mundo é composto por gente que não vale a pena e que tem nada a dizer. Mas aos moldes sociais as pessoas me traçariam como um sujeito anti-social. E também não vou dizer que não sou, não gosto de gente que não me acrescenta nada. Não gosto de estar com pessoas que por algum motivo me fazem ficar na defensiva e se pudesse, nunca mais as encontraria. Estar com desconhecidos é sempre uma tortura. Não odeio pessoas, apenas gosto só de estar com quem me sinto bem. Sempre fui assim, mas quem me conhece há muito tempo sabe isso acaba com o tempo e que sou só aquele cara da música do Marcelo Camelo interpretada pela Maria Rita. E essas pessoas só sabem disso porquê preferiram entender meu jeito à julgar que sou alguém que não gosta de se miturar com outras a não ser com os meus. Brinco até que esse meu "defeito" separa bem aqueles amigos que não me julgam à toa e dão chance ao tempo e à convivência pra que fique claro que não é que não quero ninguém por perto, simplesmente tenho minhas dificuldades que às vezes não são muito claras. Esse meu jeito nunca foi problema e como disse, até aprendí a ver com bons olhos e usar de forma positiva isso tudo. A índole oriental, a criação do pai que é um grande homem mas que é muito calado e introspectivo. A falta dos irmãos quando ainda formava a minha personalidade. Até brinco, tenho todos os defeitos de um filho único, sem sê-lo. Tenho irmãos mas nunca aprendí a ter. E nessas auto análises vou justificando meu jeito no defeito.
Eu nunca gostei de definições para o jeito das pessoas, sobretudo sobre a minha pessoa. Sou avesso ao Caetano mas sou muito "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Eu simplesmente, era assim. Até entrar num consultório psiquiátrico e sair de lá com o diagnóstico que explicaria eu estar praticamente parando de funcionar no trabalho porquê estava ficando com medo de gente e cada vez mais me afastando das pessoas que conheço e gosto, nas mãos; receita para dois remédios, um anti-psicótico e um outro pra regular minha ansiedade. Aquela senhora, do alto do seus estudos e com seu manual de boa convivência disse: Fobia-social.
Ela me perguntou se eu tinha alguma ideia de quando foi que agravou a situação, quando foi que eu decidi que deveria buscar ajuda porque a coisa toda estava atrapalhando a minha vida. Eu não soube responder porque pra mim esses fantasmas sempre estiveram comigo.
Mas com o tempo, nas minhas auto-análises, posso afirmar com certeza tão firme quanto um prego na areia: o que ajudou agravar tudo isso foi o meu amor ao mundo não real. Essa vida meio MATRIX que é a vida on-line. Isso do meu ponto de vista, que não tem que ser levado em consideração, pois o fóbico sou eu. Mas o calor humano das relações sociais foi substituído por essa minha fascinação por esse mundo de códigos binários que considero mágica, a ponto de esquecer que magia, na verdade, só se faz ao lado de pessoas reais. Olho no olho.
E tudo isso pra explicar a minha sensação indescritível e o tapa na cara que levei há uns minutos atrás, ao assistir este vídeo:
Talvez o vídeo não te cause nada, sinta-se feliz por isso. Mas se causar... Talvez seja hora de dar uma olhadinha no mundo lá fora, antes que você o julgue desnecessário, como eu julguei.
Eu nunca gostei de definições para o jeito das pessoas, sobretudo sobre a minha pessoa. Sou avesso ao Caetano mas sou muito "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Eu simplesmente, era assim. Até entrar num consultório psiquiátrico e sair de lá com o diagnóstico que explicaria eu estar praticamente parando de funcionar no trabalho porquê estava ficando com medo de gente e cada vez mais me afastando das pessoas que conheço e gosto, nas mãos; receita para dois remédios, um anti-psicótico e um outro pra regular minha ansiedade. Aquela senhora, do alto do seus estudos e com seu manual de boa convivência disse: Fobia-social.
Ela me perguntou se eu tinha alguma ideia de quando foi que agravou a situação, quando foi que eu decidi que deveria buscar ajuda porque a coisa toda estava atrapalhando a minha vida. Eu não soube responder porque pra mim esses fantasmas sempre estiveram comigo.
Mas com o tempo, nas minhas auto-análises, posso afirmar com certeza tão firme quanto um prego na areia: o que ajudou agravar tudo isso foi o meu amor ao mundo não real. Essa vida meio MATRIX que é a vida on-line. Isso do meu ponto de vista, que não tem que ser levado em consideração, pois o fóbico sou eu. Mas o calor humano das relações sociais foi substituído por essa minha fascinação por esse mundo de códigos binários que considero mágica, a ponto de esquecer que magia, na verdade, só se faz ao lado de pessoas reais. Olho no olho.
E tudo isso pra explicar a minha sensação indescritível e o tapa na cara que levei há uns minutos atrás, ao assistir este vídeo:
Talvez o vídeo não te cause nada, sinta-se feliz por isso. Mas se causar... Talvez seja hora de dar uma olhadinha no mundo lá fora, antes que você o julgue desnecessário, como eu julguei.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Bixo-do-mato.
Dar bom dia, ser educado ou qualquer coisa assim. Coisas que tenho que fazer mas posso escolher não fazer. Assim também é cortar o cabelo. E hoje eu fui. E eu preciso contar como eu decidi que aquele seria o lugar onde eu sempre cortarei meu cabelo. São dois irmãos que moldam a estética cabeçal do povo onde faço questão de ir, até são gente boa. O lugar, um ambiente tosco, digno de quem paga R$12,00 pelo trabalho todo. Água sempre tem, gelada. Perto de casa. O lugar é quente. Imaginem aí: um bar, buteco, desses vagabundos... Tire os bêbados e tudo que compoe a cena dum buteco e coloque duas cadeiras e dois irmãos - penso até que são gêmeos - e você chegou na cena exata do lugar onde decidi, sem sombra de dúvidas, que sempre cortarei meu cabelo alí. Naquela altura não me interessaria se fossem mal educados ou cortassem mal a minha juba, visto que nunca fiquei contente com o resultado em lugar algum que eu fosse, portanto: foda-se. Eu estava decidido! Por quê?
Foi aquela plaquinha, cheia de personalidade, pendurada no espelho, com no máximo 8cm, com os seguintes dizeres:
"Só fale o necessário."
Foi aquela plaquinha, cheia de personalidade, pendurada no espelho, com no máximo 8cm, com os seguintes dizeres:
"Só fale o necessário."
terça-feira, 22 de novembro de 2011
Ja fiz o que posso e sei fazer.
Ê coisa doida. E eu só queria ficar alí, em paz com alguém. Vendo tudo acontecendo, rindo e julgando, como qualquer ser humano acompanhado. Mas coração alheio, como dizem: "é terra que não se pisa sem aval." - Tudo bem que ninguém NUNCA disse isso, mas se eu disser que alguém já disse: eu tenho mais crédito... Citações, entende? E o que eu quero, é te convencer...
sábado, 5 de novembro de 2011
Destino
Demorou um bom tempo para a viagem àquele lugar lindo e desejado sair dos planos dele e finalmente ter forma, cor, textura. A passagem, o convite ao tão esperado destino, estava ali, nas mãos dele. Em meio a valores e números que indicavam a poltrona, surgia uma brisa em seu rosto que o trazia a sensação de que... Finalmente!
Embora com o suficiente, partiu com pouco na mochila, o peso maior de coisas estavam depositadas em suas expectativas, que pesam, mas não dão volume a mochila alguma. A caminho do aeroporto, lhe ocorreu que tudo que havia deixado pra trás na verdade não lhe faria falta nem nos dias mais broxantes como num domingo qualquer. Estava tudo alí: a mochila, um coração quente e promessas de alegria - quem precisaria de mais?
Às 20:00 pousa em seu destino já com saudade de um lugar que ainda nem conhecera, mas em seus desejos de estar alí ja era claro a falta que aquele lugar um dia lhe faria.
Ir ao banheiro ou talvez tirar uma foto alí, no aeroporto mesmo - momentos felizes a gente congela e sintetiza em papel - pensava. E continuaria pensando outras maravilhas que aquele mundo de oportunidades de alegria lhe traria não fosse a notícia que estava sem seus documentos, dinheiro, roupas e todo aquele pouco e necessário recheio de mochila... Que, por sua vez, se encontrava bem longe do lugar que lhe foi destinada. Um coração quente. Uma mochila extraviada.
Foi assim que me sentí essa noite toda: num destino desejado, entregue a situações que não faziam parte dos meus planos. Tudo sem sair do meu quarto.
Embora com o suficiente, partiu com pouco na mochila, o peso maior de coisas estavam depositadas em suas expectativas, que pesam, mas não dão volume a mochila alguma. A caminho do aeroporto, lhe ocorreu que tudo que havia deixado pra trás na verdade não lhe faria falta nem nos dias mais broxantes como num domingo qualquer. Estava tudo alí: a mochila, um coração quente e promessas de alegria - quem precisaria de mais?
Às 20:00 pousa em seu destino já com saudade de um lugar que ainda nem conhecera, mas em seus desejos de estar alí ja era claro a falta que aquele lugar um dia lhe faria.
Ir ao banheiro ou talvez tirar uma foto alí, no aeroporto mesmo - momentos felizes a gente congela e sintetiza em papel - pensava. E continuaria pensando outras maravilhas que aquele mundo de oportunidades de alegria lhe traria não fosse a notícia que estava sem seus documentos, dinheiro, roupas e todo aquele pouco e necessário recheio de mochila... Que, por sua vez, se encontrava bem longe do lugar que lhe foi destinada. Um coração quente. Uma mochila extraviada.
Foi assim que me sentí essa noite toda: num destino desejado, entregue a situações que não faziam parte dos meus planos. Tudo sem sair do meu quarto.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Meu melhor compromisso
Tenho grandes pessoas ao meu lado, se me lesam, a vontade da amizade sincera é sempre maior que qualquer ferida que me deixam. E as tais grandes pessoas, pensam exatamente o mesmo. É por isso que sempre estarão comigo. Por isso que sempre vou estar com elas.
Eu, Peter pan contemporâneo - sem terra do nunca - que não gosta de responsabilidade e o blá blá blá todo, ama somente um compromisso: manter as grandes amizades.
E esse blog existe, porquê não tenho a menor pretensão que alguém aí entenda o quê escrevo, desde que sirva alguém, sozinho que seja.
Eu, Peter pan contemporâneo - sem terra do nunca - que não gosta de responsabilidade e o blá blá blá todo, ama somente um compromisso: manter as grandes amizades.
E esse blog existe, porquê não tenho a menor pretensão que alguém aí entenda o quê escrevo, desde que sirva alguém, sozinho que seja.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
A Patologia da Normalidade
"A característica comum a todas as formas de normoses é seu caráter automático e inconsciente. Podemos falar do espírito de rebanho. A maior parte dos seres humanos, talvez por preguiça e comodidade, segue o exemplo da maioria. Pertencer à minoria é tornar-se vulnerável, expor-se à crítica. Por comodismo, as pessoas seguem ou repetem o que dizem os jornais; já que está impresso, deve estar certo! Quantas pessoas aderem a uma ideologia, religião ou partido político só porque está na moda ou para serem bem vistas pelos demais? Uma maneira disfarçada de manipular opiniões e mudar os sistemas de valores é anunciar que são adotados pela maioria da população. Nesse sentido, toda normose é uma forma de alienação. Facilita a instalação de regimes totalitários ou sistemas de dominação."
Normoses - A Patologia da Normalidade - Jean-Yves Leloup
Normoses - A Patologia da Normalidade - Jean-Yves Leloup
quinta-feira, 31 de março de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
As grandes, as médias e as pequenas.
Passarinha caga-regra
nunca foi do ramo
bem que te avisei.
Comeu muita papoula
fingiu ser rock´n´roll
fingiu ser Ionesco.
Não achou identidade
avisei sobre a verdade.
Agora caga-regra
peço com pena da tua sanidade:
me deixa ser o que você tentou, em paz.
Você não mudou
você não melhorou
só descobriu não ser abutre
porquê nasceu pra ser pequena
porquê nasceu pra passarinha.
Asco é o que nasce no abutre
diante da passarinha caga-regra
que enquanto pensava ser abutre, o era.
nunca foi do ramo
bem que te avisei.
Comeu muita papoula
fingiu ser rock´n´roll
fingiu ser Ionesco.
Não achou identidade
avisei sobre a verdade.
Agora caga-regra
peço com pena da tua sanidade:
me deixa ser o que você tentou, em paz.
Você não mudou
você não melhorou
só descobriu não ser abutre
porquê nasceu pra ser pequena
porquê nasceu pra passarinha.
Asco é o que nasce no abutre
diante da passarinha caga-regra
que enquanto pensava ser abutre, o era.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
O tempo não perdoa, Marlene.
Acabara de completar 18 anos, chupava o canudinho do milk-shake pensando que faria tudo por aquele canalha que só a faz sofrer, e em quão estúpidos eram seus pais. Eram apenas cinco metros até chegar ao outro lado da rua. Distraída nos metros e atenta ao canudinho, atravessava como se não despertasse o desejo de transformar a calçada em espelho ou qualquer outra coisa que refletisse os únicos segredos que interessavam aos homens. O calor justificava a saia curta. Só faltavam dois metros e três chupadas quando ouviu a buzina descontrolada de dona Marlene, o botox e as plásticas foram ao limite durante os gritos à garota dos pais estúpidos e amor bandido.
_ Sai da frente, pirralha burra!!!
Muita raiva, muita. Pura raiva; era o que traduzia o que Dona Marlene sentia diante da ninfeta e daquele ato imperdoável: atravessar a rua jovialmente desatenta. Imperdoável. Roberto, marido e carona de dona Marlene em seu carro, apenas sorriu. Como se não tivesse ligação nenhuma com aquilo tudo.
_ Sai da frente, pirralha burra!!!
Muita raiva, muita. Pura raiva; era o que traduzia o que Dona Marlene sentia diante da ninfeta e daquele ato imperdoável: atravessar a rua jovialmente desatenta. Imperdoável. Roberto, marido e carona de dona Marlene em seu carro, apenas sorriu. Como se não tivesse ligação nenhuma com aquilo tudo.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Atitude.
"A mente da pessoa sensata é como um espelho. Nada tira e nada recebe; reage, mas não armazena. Então quando for a hora de ser um general, seja um general e quando for a hora de ser um monge, seja um monge."
Tsai Chih Chung
Tsai Chih Chung
terça-feira, 4 de maio de 2010
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Vou estudar pra ser ladrão, mamãe.
Eu nasci, na verdade, pra viver no sistema de trocas. Daí minha infelicidade com esse mundo cão, só pode. É tanta gente reclamando que vou me candidatar prometendo sistema de TROCAS, destruição em massa do cimento e terra pra plantar para todos. Trabalhar pra ganhar dinheiro pra poder comprar o que televisão anuncia, nunca mais.
Quando for eleito, vou comprar um iate, desviar milhões, cimentar tudo e passear de iate nas ruas alagadas, meus eleitores continuarão tomando seus chás de cogumelo e morrerão esperançosos sonhando com a utopia impressa nos panfletos que me elegeram. Panfletos que alias, vão contribuir com as enchentes, logo, com meus passeios pelas avenidas. E assim, se fez um Brasileiro feliz.
Quando for eleito, vou comprar um iate, desviar milhões, cimentar tudo e passear de iate nas ruas alagadas, meus eleitores continuarão tomando seus chás de cogumelo e morrerão esperançosos sonhando com a utopia impressa nos panfletos que me elegeram. Panfletos que alias, vão contribuir com as enchentes, logo, com meus passeios pelas avenidas. E assim, se fez um Brasileiro feliz.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Anarkland.
Vem, me dê a mão que eu vou te mostrar um lugar chamado Anarkland.
Situa-se nas proximidades da ilha de Marajó e conta dez mil habitantes.
É um país onde não há governo central, seus cidadãos são seus próprios governos. É muito engraçado, porque todo o habitante lá me diz que cada homem de Anark é o seu próprio país. São dez mil pessoas lá e não tem polícia porque lá não tem ladrão, e o fato de não ter ladrão é que o dinheiro não existe. Individualistas, ultra-anarquismo desenvolvido ao mais alto grau, Anarkland existe com audácia, servindo de exemplo para os demais países da Terra de antiquadas concepções e ideologias políticas. Os demais países não têm absolutamente nenhum interesse economico por Anark (considerado "riscado do mapa" dos governos como "país pobre"). Não processam riquezas minerais, pois cada indivíduo tem seu próprio jardim onde as trocas se promovem entre si. Mantêm felizes os seus homens e os seus valores, que são completamente diferentes dos valores econômicos dos países totalitários, pois não há indústria, dinheiro, exploração, escravidão, loucura, empregados, somente GENTE. E gente não come ouro, petróleo. Gente come o que gente planta. A ilhota tão pequena que o único veículo usado para locomoção são os animais de montaria: cavalos, burros, bois, vacas e curiosas avestruzes gigantes que chegam a fazer 30 quilômetros por hora!!
Vamos neste momento entrevistar um anarkman, sr. Lemmuins.
- Sr. Lemmiuns, o senhor não sente falta de ir a um cinema? Eu soube que não há nada assim por aqui. Diversões públicas...
- Ah,ah,ah. Já fui muito fã de cinema quando eu morava na cidade...mais isso já faz muito tempo. Era quando eu era infeliz, e o cinema foi feito pra uma breve descarga da tristeza em troca de algumas risadas ou entreternimento. Como eu já não sofro, não preciso de paliativos tipo cinema, vê? O sistema autoritário é mais monstruoso do que se imaginava; a busca de desejos, vitrinas, se formar, ser rico, tudo isso não passa de uma tola fuga da infelicidade.
- O Sr. acha possível uma tomada de consciência em massa nesse aspecto? O sistema ruiria em algumas horas se, por exemplo, ninguém saísse de casa? Só por uma hora, que acha?
- Não acho provável, mas eu nunca me preocupei com essa loucura e problemas de escravos desde que eu me mudei pra cá. Desde que me tornei um narkman; se eles são escravos é porque ainda não estão fortes pra sair da escravidão. Que apodreçam em recepções e reuniões pólíticas. Azar.
- Lá essa sua atitude seria tachada de burguês-acomodado-porco-egoísta.
- É possível que você tenha razão. Mas eu não moro lá. Aqui eu SOU.
- Pessoalmente eu não posso sair da cidade. Gosto muito de dinheiro, sr. Lemmiuns. O senhor não se sente nem um pouco confinado? Fora do mundo?
- Que mundo? Aquele desvario antagônico de valores absurdos? Eu sou livre pra partir pra onde eu quiser, mas eu não tenho razão para ir me afogar na lama do seu escravagismo!!!
( Ih, ih, ih! risada nervosa do entrevistador.)
- Desculpe se às vezes eu rio, é que eu acho uma loucura. Eu...
- Aqui nós já sabemos que loucura não é a que está escrita nos dicionários.
- Existe algo semelhante a uma Constituição política? Uma carta, uma orientação geral?
- Não, não há uma regra geral e sim dez mil constituições sob o conceito: " Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei" ou " Não existe Deus, senão o homem".
----
Do mestro Raul.
Situa-se nas proximidades da ilha de Marajó e conta dez mil habitantes.
É um país onde não há governo central, seus cidadãos são seus próprios governos. É muito engraçado, porque todo o habitante lá me diz que cada homem de Anark é o seu próprio país. São dez mil pessoas lá e não tem polícia porque lá não tem ladrão, e o fato de não ter ladrão é que o dinheiro não existe. Individualistas, ultra-anarquismo desenvolvido ao mais alto grau, Anarkland existe com audácia, servindo de exemplo para os demais países da Terra de antiquadas concepções e ideologias políticas. Os demais países não têm absolutamente nenhum interesse economico por Anark (considerado "riscado do mapa" dos governos como "país pobre"). Não processam riquezas minerais, pois cada indivíduo tem seu próprio jardim onde as trocas se promovem entre si. Mantêm felizes os seus homens e os seus valores, que são completamente diferentes dos valores econômicos dos países totalitários, pois não há indústria, dinheiro, exploração, escravidão, loucura, empregados, somente GENTE. E gente não come ouro, petróleo. Gente come o que gente planta. A ilhota tão pequena que o único veículo usado para locomoção são os animais de montaria: cavalos, burros, bois, vacas e curiosas avestruzes gigantes que chegam a fazer 30 quilômetros por hora!!
Vamos neste momento entrevistar um anarkman, sr. Lemmuins.
- Sr. Lemmiuns, o senhor não sente falta de ir a um cinema? Eu soube que não há nada assim por aqui. Diversões públicas...
- Ah,ah,ah. Já fui muito fã de cinema quando eu morava na cidade...mais isso já faz muito tempo. Era quando eu era infeliz, e o cinema foi feito pra uma breve descarga da tristeza em troca de algumas risadas ou entreternimento. Como eu já não sofro, não preciso de paliativos tipo cinema, vê? O sistema autoritário é mais monstruoso do que se imaginava; a busca de desejos, vitrinas, se formar, ser rico, tudo isso não passa de uma tola fuga da infelicidade.
- O Sr. acha possível uma tomada de consciência em massa nesse aspecto? O sistema ruiria em algumas horas se, por exemplo, ninguém saísse de casa? Só por uma hora, que acha?
- Não acho provável, mas eu nunca me preocupei com essa loucura e problemas de escravos desde que eu me mudei pra cá. Desde que me tornei um narkman; se eles são escravos é porque ainda não estão fortes pra sair da escravidão. Que apodreçam em recepções e reuniões pólíticas. Azar.
- Lá essa sua atitude seria tachada de burguês-acomodado-porco-egoísta.
- É possível que você tenha razão. Mas eu não moro lá. Aqui eu SOU.
- Pessoalmente eu não posso sair da cidade. Gosto muito de dinheiro, sr. Lemmiuns. O senhor não se sente nem um pouco confinado? Fora do mundo?
- Que mundo? Aquele desvario antagônico de valores absurdos? Eu sou livre pra partir pra onde eu quiser, mas eu não tenho razão para ir me afogar na lama do seu escravagismo!!!
( Ih, ih, ih! risada nervosa do entrevistador.)
- Desculpe se às vezes eu rio, é que eu acho uma loucura. Eu...
- Aqui nós já sabemos que loucura não é a que está escrita nos dicionários.
- Existe algo semelhante a uma Constituição política? Uma carta, uma orientação geral?
- Não, não há uma regra geral e sim dez mil constituições sob o conceito: " Faze o que tu queres, há de ser tudo da lei" ou " Não existe Deus, senão o homem".
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Do mestro Raul.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Até o ano que vem.
Um beijo no coração de todo mundo, último post de 2009! Meu balanço desse ano? Com a visão que tenho de 2010 para a minha vida, tenho certeza que foi positivo. E essa festança toda, é tempo da gente pensar em fazer melhor neste ano que entra, que seja! Feliz ano novo pra todo mundo, mesmo!
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ANO, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite de sua exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos... Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente... - Carlos Drumond de Andrade
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ANO, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite de sua exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos... Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente... - Carlos Drumond de Andrade
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Personalidade.
Um buraco que não existia e não sei quando foi que apareceu. Uma vida de certezas e verdades ditas por mim. O que elas foram? Eu ainda não sei quem sou e nem como sou e temo que este fantasma esteja apaixonado por mim ou minha vida, pelo resto dela e pelo resto de mim.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Making of
- Sobrou umas imagens na time line, juntei tudo e deu pra montar um vídeozinho desse dia, um abraço a todo mundo que participou. Clique em play, espere carregar um pouco e dê pause, quando carregar tudo clique em play novamente, melhor assim. O vimeo.com permite postagens de vídeo muito boas, mas exige um pouco mais da placa de vídeo de quem assiste, se ficar travando significa que está na hora de você pensar em uma placa nova, né? huhu!
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
E hoje é meu aniversário.
Presentemente eu posso me considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Sujeito de sorte - Belchior.
Porque apesar de muito moço me sinto são e salvo e forte
E tenho comigo pensado deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer no ano passado
Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri mas esse ano eu não morro
Sujeito de sorte - Belchior.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
De Dahmer, dos malvados.
Aos completar trinta anos, você ganhará os olhos duros dos sobreviventes. Só verá sua amada na parte da manhã e da noite, só encontrará seus pais de vinte em vinte dias. E quando seus velhos morrerem, você ganhará um dia de folga para soluçar e gritar que deveria ter ficado mais próximo deles. Sorria, você é um jovem monolito e a vida vai ser pedrada. O trabalho é uma grande cadeia e você sentirá muito alívio por ter uma. A cadeia engrandece o homem. E o sangue do dinheiro tem poder. Reze. Reze ajoelhado por uma carreira, dê a sua vida por ela. Viva como todo mundo vive, você não é melhor que ninguém. Porque o dinheiro move montanhas, o dinheiro é a igreja que lhe dará o céu. Sorria, você é um jovem monolito e o mundo é uma pedreira. Eles irão moer você todinho. De brinde, muitos domingos para chorar sua falta de tempo ou operar uma tendinite. Nas terríveis noites de domingo, beba. Beba para conseguir dormir e abraçar mais uma monstruosa segunda-feira. Aquela segunda-feira que deixa cacetes moles e xoxotas secas para sempre. A vida é uma grande seca, mas ninguém sente calor: Nas salas refrigeradas, seus colegas de trabalho fabricam informação e, frios, sonham com o dia dez do próximo mês. Você é o Babaca do Dia Dez, não há como mudar o seu próprio destino. Babaca que acorda assustado, porque ninguém deve atrasar mais de vinte e cinco minutos. Eles descontam em folha e você é refém da folha, do salário, do medo. Ninguém tem o direito de ser feliz, mas você ganhará a sua esmola de seis feriados por ano. E todos nós vamos enfrentar, juntos, um imenso engarrafamento até a praia. Para fingir que ainda estamos vivos. Para mostrar que ainda somos capazes de sentir prazer. Para tomar um porre de caipirinha sentado em uma cadeirinha de praia. É uma grande solução. E você ainda ganhará quinze dias de férias para consertar a persiana, pagar contas, fazer uma bateria de exames. Ninguém quer morrer do coração, ninguém quer viver de coração. Eu não duvido da sua capacidade de vencer: Lembre disso no primeiro divórcio, no primeiro infarto, no primeiro AVC.
domingo, 20 de setembro de 2009
Capitalismo irremediavelmente selvagem.
Ney, o farmacêutico, fala ao telefone com seu amigo dos tempos de faculdade, diz que precisa eliminar algumas caixas de rivotril, alguns moderadores de humor e umas tantas de ritalina. Alguns minutos depois, Madalena sai do consultório da esquina com seu filho que pula e faz mil perguntas ao mesmo tempo, como uma criança normal. Mas agora, Renatinho tem DDA.
Sabedoria para fracos.
Quando são irresponsáveis comigo uma vez, a culpa é de quem o faz, a culpá é do outro. E quando são irresponsáveis pela segunda vez, a culpa é minha.
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Necrofilia musical.
E dizem as más línguas que os Beatles só são melhores que os Stones porque Keith Richards e Mick Jagger ainda não bateram as botas.
A bem da verdade; Eddie Vedder perdeu o lugar que Kurt Cobain ocupou porque não enfiou uma bala na cabeça na época do "Ten". E você nem conheceria Ian Curtis se não tivesse uma corda na casa dele naquele dia, pois se estivesse vivo e você o conhecesse, iria chamá-lo de reclamão depressivo, talvez até o confundiria com um emo. E ainda bem que Michael Jackson morreu, se não seria o mesmo filho da puta comedor de criancinhas, coisa que eu e você não acredita mais. Ponho minha mão no fogo, o Michael? We are the world? Jamais.
Triste sina, Arnaldo Baptista, porquê não morrestes após pular do terceiro andar? Talvez se não fosse tão cozido de ácido saberia que o terceiro andar não é o suficiente, Arnaldo, não é. Mais dois ou três andares e até a Rita Lee te amaria mais uma vez.
Achei o Loki pra baixar. Ouié.
A bem da verdade; Eddie Vedder perdeu o lugar que Kurt Cobain ocupou porque não enfiou uma bala na cabeça na época do "Ten". E você nem conheceria Ian Curtis se não tivesse uma corda na casa dele naquele dia, pois se estivesse vivo e você o conhecesse, iria chamá-lo de reclamão depressivo, talvez até o confundiria com um emo. E ainda bem que Michael Jackson morreu, se não seria o mesmo filho da puta comedor de criancinhas, coisa que eu e você não acredita mais. Ponho minha mão no fogo, o Michael? We are the world? Jamais.
Triste sina, Arnaldo Baptista, porquê não morrestes após pular do terceiro andar? Talvez se não fosse tão cozido de ácido saberia que o terceiro andar não é o suficiente, Arnaldo, não é. Mais dois ou três andares e até a Rita Lee te amaria mais uma vez.
Achei o Loki pra baixar. Ouié.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Saco cheio de amar, num saco cheio de amor.
Que este meu espaço virtual não veja muitas histórias do coração. Sequer uma mais, nunca mais. Quantas já foram? Quantas serão? Aquiete-se. Duma expectativa tola de uma paixão que pode ser, que não é, à certeza de um amor que é, e que não meço esforço caso queira que não seja. Eu quero paz pra todo mundo e um pouco dela pra mim, não é muito o que quero. Que venha o amor e suas dores, que venha o amor e suas mágoas, que venha o amor e as chateações, que venha o amor e a felicidade. Mas que venha o amor de um único alguém. Não nasci pra muitas histórias e meu coração está bem, mas não quer as artérias entupidas.
Hahaha, seu piegas.
Zóinha,
Eu sei que eu ia te fazer feliz
Dos pés até a ponta do nariz
Da beira da orelha ao fim do mundo
Sugando o sangue de cada segundo
Te dou um filho, te componho um hino
O que você quiser saber eu ensino
Te dou amor enquanto eu te amar
Prometo te deixar quando acabar
Se você não quiser
Me viro como der
Mas se quiser me diga, meu amor
Pois se você quiser
Me viro como for
Para que seja bom, como já é.
Arnaldo Antunes.
Eu sei que eu ia te fazer feliz
Dos pés até a ponta do nariz
Da beira da orelha ao fim do mundo
Sugando o sangue de cada segundo
Te dou um filho, te componho um hino
O que você quiser saber eu ensino
Te dou amor enquanto eu te amar
Prometo te deixar quando acabar
Se você não quiser
Me viro como der
Mas se quiser me diga, meu amor
Pois se você quiser
Me viro como for
Para que seja bom, como já é.
Arnaldo Antunes.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Macaco-pelado que se preze, se doma.
Aquilo que é instinto, é carnal, é humano, aquilo que é mais animal. Aquilo que vive na sombra da ética e que se esconde - sem ser devido - nesta sombra por força do coletivo deixando pra lá o que há em mim de mais natural. O coletivo levou o homem à loucura conceituada pudor, levou à loucura dos costumes e tradições, nos tirou aquilo que é dito vergonha em mesas bem postas a pratos sempre bem limpos, quando na verdade, só é a mais pura natureza humana. Abafa o que é sentimento puro e cala com um conceito que é velho e não será refeito. Nos Veta, incomoda e fascina.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Mickey e Mallory Knox.
Um sacana, é isso que é. Sem saber, mas é. É aquele que faz por você para que no final seja tudo pra ele mesmo. Não lhe convém ter prazer, só proporcionar prazer. O prazer proporcionado é alheio, é ao outro e dura pouco a quem recebe. É a dopamina passageira liberada no cérebro do outro e que passa tão rápido, tão rápido, que a bem da verdade: não se faz valer a pena contentar-se. Este é o romântico, um desnecessário massageador de ego. Um fraco que além de só proporcionar prazer ao outro é puro desespero. O romântico é desespero. Se ele não a tem ele se declara, desesperadamente se declara para que a tenha. O romântico é um filho da puta que quer conquistar. Quer entranhas a dentro e dominar o coração daquela que se banha em prazer em serenatas. Um zero a esquerda que só proporciona prazer ao outro em benefício próprio. Me mostrem um romântico que está ai em troco de nada. Bons românticos não existem. Mas que estejam por aí sempre, em todo lugar. Dando sempre o máximo deles para elas, contudo, fazendo sempre por eles.
Da série: Verdades indubitaveis.
No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho. E se eu tivesse escrito isso, você com certeza me mandaria a merda.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Mais uma canção.
Nada vai mudar entre nós
Como eu sei?
Eu só sei
Tudo vai permanecer igual
Afinal
Não há nada a fazer.
[...]
Sempre deles, Camelo e Amarante.
Como eu sei?
Eu só sei
Tudo vai permanecer igual
Afinal
Não há nada a fazer.
[...]
Sempre deles, Camelo e Amarante.
terça-feira, 28 de julho de 2009
Proletário não tem sombra.
Invisíveis, é isso que são. O grosso da sociedade não está na televisão. Não há espaço para a massa. Como uma coisa tão grande consegue ser tão invisível? O trabalhador não tem sombra e nem opina. O grosso da sociedade é o chorume que escorre da minoria luxuosa que nunca cresce, mas aparece, é o modelo Peter Pan. E o verdadeiro Brasil segue sendo muito impopular aqui no Brasil.
Com muito orgulho, com muito amor.
É o país das mulheres de muito passado e homens de futuro nenhum, a política só funcionaria se não houvessem os políticos, porque no Brasil política só é mais uma profissão bem remunerada, boa vontade? Que nada. A idéia do político já é sinônimo de má indole, se não é, a história mostra que será. É o país do dedo duro torto, que fica apontando e caguetando as pessoas erradas dizendo que o problema do tráfico é o usuário, que o menor rouba e mata porque o pai não educa, que o pai não educa porque não quer, não interessa se ele tem formação o suficiente pra isso, ele ganha o sessenta reais do bolsa família portanto o filho deveria ser educado. Educação é coisa secundária, a fome tem de ser zero e o bolsa família é o ópio do povo. E é esse mesmo menor que rouba e mata que será o pai com a missão de educar alguém amanhã, o dedo duro torto desse país nunca ouviu falar que crianças são mensagens vivas que mandamos ao futuro. É simples, é básico, é simplesmente educação. Eu tenho um sentimento tão Malufético de quem já não tem esperança alguma que eu queria dizer pra quem quer fazer política o seguinte: vá lá e rouba, mas educa, ao menos isso, roubem da saúde, da aposentadoria dos velhos, mas não tirem da educação. Entendeu a gravidade da coisa? A única esperança é adotar a filosofia "estupra mas não mata", com alguns complementos de "relaxa e goza" - já que o estupro é inevitável. Política é um porre. Não queria manchar este meu espaço com este porre. Mas hoje na casa dos meus pais eu abrí uma antiga revista TRIP e foi a primeira coisa que lí: "Política é um porre, um porre necessário." Não lembrava desse texto e a sensação ao ler é de que nunca havia lido, o que não me espanta, porque a revista é de uns oito anos atrás, se hoje ainda não me interessam estes assuntos, há oito anos atrás eu deveria estar mais preocupado com o próximo baseado do dia e nada mais. O texto é de Ricardo Guimarães e o cara estava dando uma força a um leitor da revista que estava prestes a entrar na política. O leitor dizia que era tarde e que ficou omisso por anos em relação a isso e que sentia agora, com mais idade, necessidade de por um dedo seu nas coisas que acontecem no país, dar sua contribuição. Por onde andará o nosso herói de oito anos atrás? Pensando nele como uma má índole; está com dinheiro no bolso e deve estar com seu nome por aí, envolvido em alguma sujeira. Se for realmente boa pessoa tentou algo honesto, se deu mal e se recolheu na sua militância impotente em que sempre viveu, porque prefere viver puto com tudo mas com dignidade. Eu não sei em qual das duas situações você apostaria, só sei que não há uma terceira opção. Eu fico com a primeira.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Revés de mim mesmo.
Talvez seja injusto com o coração que me acompanha e que não é o meu, mas por mais que eu sinta algo bom, te privo das minhas declarações pra que não te acomode ao berço dos acomodados, berço daqueles que pensam já ter o coração do outro. Se te privo de mim é pra lhe ter em mim. E sigo na condição daquele que não quer nada, pra ter tudo, por inteira.
É trauma, reflexo, das últimas amargas experiências com declarações. E este não sou eu: é meu revés; minha auto-defesa.
É trauma, reflexo, das últimas amargas experiências com declarações. E este não sou eu: é meu revés; minha auto-defesa.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Onde a obrigatoriedade encontraria a censura.
Pelo que me consta, num rápido bizú no Google, o Brasil é um dos poucos países que fazem tal exigência sobre a obrigatoriedade do diploma para jornalistas, o que não faz os noticiários desse país serem melhores que os de outros países. Talvez o diploma até se faça necessário nos cafundós do Zimbábue, no Irã e no cercadinho da Bomba H do norte-coreano-louco, por puro controle da verdade dos fatos - o que muitas vezes não acontece, é interessante pra quem quer controlar, mas na democracia da putaria Brasileira, a obrigatoriedade existe por quê? Num outro rápido Bizú no google vi que o decreto-lei impondo a obrigatoriedade do diploma foi baixado há 30 anos pelo regime militar e é ítem nos Atos institucionais (AI-5 e o resto) e isso explica muita coisa: quanto menos gente execendo a profissão de jornalista durante o regime, mais fácil o controle sobre o que é noticiado, sendo o mais chulo e realista possível: militares cercando e marcando os bois. E aí fica fácil de entender o porquê a obrigatoriedade fere os direitos da liberdade de expressão.
Eu, que nada tenho com isso, logo me ocorreu um foda-se e uma leve lembrança do livro "Fomos maus alunos" de Gilberto Dimeinstein e Rubem Alves, presente da ex-namorada e que li no Japão, e que me ajudou a formular uma idéia que já existia em mim: o quão desnecessário são diplomas e essas coisas palpáveis sem o fator amor e talento ao que se faz. A faculdade de jornalismo forma poucos empregados e muitas vezes só te vende um diploma, mas amor e talento certamente é mais fácil nascer através daqueles gibis da Turma da Mônica que o bom jornalista lia quando criança do que dentro de uma faculdade. A faculdade sempre vai estar lá e conhecimento nunca é demais, mas obrigar a tal coisa é sim, ferir um direito de todos. Que é o direito de pensar e externar. Direito que uso neste meu espaço virtual com o mesmo carinho que minha mãe cuida de suas orquídeas, é aí que meu caminho se cruza com esse lance de diploma. Explico o motivo.
Existe um Senador filho da puta - desculpem a redundância - chamado Eduardo Azeredo que tem um projeto no senado com leis completamente absurdas e impraticáveis para a internet. Com a desculpa de coibir crimes virtuais e usando o tema pedofilia para ganhar peso no projeto, ele segue com tal idéia. As leis impostas no tal projeto são chamadas pelo pessoal dos blogs como o AI-5 digital, numa alusão aos decretos impostos pelo regime militar. O projeto absurdo se resume em dados pessoais precisos de qualquer cidadão que possa acessar a internet, banco de dados com informações a cada clique e uma idéia absurda sobre a troca de arquivos via internet, absurda e impraticável. Acredite, você teria problemas e burocracias mil simplesmente ao mandar uma simples foto sua via e-mail seja lá pra quem fosse. Passando um pano por cima, o projeto só transformaria este veículo das milhões de possibilidades que é a internet numa coisa tão útil para nossos cérebros quanto a televisão da sua sala. Eu até diria que o senador Eduardo Azeredo é só um simples ignorante de boas intenções, diria sim, mas se não houvessem por trás dos projetos dele, magnatas dos direitos autorais e grandes empresas de informática, soa no mínimo suspeito. Simplificando mais, é como se grampeassem todos os telefones pra evitar crimes. Ou seja, a típica manobra burra de governo que não tem competência e não cuida dos filhos seus, algo do tipo: "quem usa drogas é quem financia o tráfico" - ridículo, é como dizer que pra acabar com a aids, basta parar de transar. Eu nunca ví campanha na TV dizendo: "Campanha por um governo melhor, que educa e dá condições intelectuais pra que o povo não precise traficar pra ter o que comer" Mas não, é mais fácil a puta jogar a culpa nos filhos dela. Talvez o Senador não perceba que o mesmo cara que trafica por necessidade é o brutamontes que dá tapa na cara da mãe na frente do filho, criando um adulto problemático capaz de molestar crianças. O governo é que fabrica traficantes, o usuário tem culpa nenhuma. E pais indignados e desprovidos de um intelecto melhor que são fábricas de pedófilos. Mas o senador diz que a culpa é da internet.
E visto que, os blogs da vida são fontes cada vez mais sérias e seguras de informação, não demoraria nada pra incluírem um ítem no apelidado AI-5 digital de Azeredo, proibindo os pobres mortais sem quadrinho com diploma de jornalista na parede, de expor suas próprias idéias e informações através de blogs. É a censura disfarçada deixando de existir só na Televisão e tentando invadir, com passos de quem não quer nada, este espaço que é o único realmente democrático que nos é permitido. Ainda.
Pra entender melhor:
Eu tenho um egoísmo ridículo que sei que é apenas reflexo de um sistema furado e sem jeito que é o Brasil, não levantaria a bandeira por nada contra governo nenhum simplesmente porquê tenho preguiça dessas coisas, eu faço parte da geração que aprendeu que nada funciona e nunca vai funcionar honestamente quando o assunto é política. Morando fora eu ví que no Brasil desonestidade na política é cultural e o povo quer mesmo é samba e futebol. Eu sou da geração sem esperanças, chame como quiser, não ligo balhufas pra política e não, não adianta me criticar porquê a culpa não é minha. Mas sou da geração que aprendeu mais na internet do que na escola ou faculdade e por essa causa eu até bancaria o chinês na frente de um tanque na praça da paz. Com certeza.
Eu, que nada tenho com isso, logo me ocorreu um foda-se e uma leve lembrança do livro "Fomos maus alunos" de Gilberto Dimeinstein e Rubem Alves, presente da ex-namorada e que li no Japão, e que me ajudou a formular uma idéia que já existia em mim: o quão desnecessário são diplomas e essas coisas palpáveis sem o fator amor e talento ao que se faz. A faculdade de jornalismo forma poucos empregados e muitas vezes só te vende um diploma, mas amor e talento certamente é mais fácil nascer através daqueles gibis da Turma da Mônica que o bom jornalista lia quando criança do que dentro de uma faculdade. A faculdade sempre vai estar lá e conhecimento nunca é demais, mas obrigar a tal coisa é sim, ferir um direito de todos. Que é o direito de pensar e externar. Direito que uso neste meu espaço virtual com o mesmo carinho que minha mãe cuida de suas orquídeas, é aí que meu caminho se cruza com esse lance de diploma. Explico o motivo.
Existe um Senador filho da puta - desculpem a redundância - chamado Eduardo Azeredo que tem um projeto no senado com leis completamente absurdas e impraticáveis para a internet. Com a desculpa de coibir crimes virtuais e usando o tema pedofilia para ganhar peso no projeto, ele segue com tal idéia. As leis impostas no tal projeto são chamadas pelo pessoal dos blogs como o AI-5 digital, numa alusão aos decretos impostos pelo regime militar. O projeto absurdo se resume em dados pessoais precisos de qualquer cidadão que possa acessar a internet, banco de dados com informações a cada clique e uma idéia absurda sobre a troca de arquivos via internet, absurda e impraticável. Acredite, você teria problemas e burocracias mil simplesmente ao mandar uma simples foto sua via e-mail seja lá pra quem fosse. Passando um pano por cima, o projeto só transformaria este veículo das milhões de possibilidades que é a internet numa coisa tão útil para nossos cérebros quanto a televisão da sua sala. Eu até diria que o senador Eduardo Azeredo é só um simples ignorante de boas intenções, diria sim, mas se não houvessem por trás dos projetos dele, magnatas dos direitos autorais e grandes empresas de informática, soa no mínimo suspeito. Simplificando mais, é como se grampeassem todos os telefones pra evitar crimes. Ou seja, a típica manobra burra de governo que não tem competência e não cuida dos filhos seus, algo do tipo: "quem usa drogas é quem financia o tráfico" - ridículo, é como dizer que pra acabar com a aids, basta parar de transar. Eu nunca ví campanha na TV dizendo: "Campanha por um governo melhor, que educa e dá condições intelectuais pra que o povo não precise traficar pra ter o que comer" Mas não, é mais fácil a puta jogar a culpa nos filhos dela. Talvez o Senador não perceba que o mesmo cara que trafica por necessidade é o brutamontes que dá tapa na cara da mãe na frente do filho, criando um adulto problemático capaz de molestar crianças. O governo é que fabrica traficantes, o usuário tem culpa nenhuma. E pais indignados e desprovidos de um intelecto melhor que são fábricas de pedófilos. Mas o senador diz que a culpa é da internet.
E visto que, os blogs da vida são fontes cada vez mais sérias e seguras de informação, não demoraria nada pra incluírem um ítem no apelidado AI-5 digital de Azeredo, proibindo os pobres mortais sem quadrinho com diploma de jornalista na parede, de expor suas próprias idéias e informações através de blogs. É a censura disfarçada deixando de existir só na Televisão e tentando invadir, com passos de quem não quer nada, este espaço que é o único realmente democrático que nos é permitido. Ainda.
Pra entender melhor:
Eu tenho um egoísmo ridículo que sei que é apenas reflexo de um sistema furado e sem jeito que é o Brasil, não levantaria a bandeira por nada contra governo nenhum simplesmente porquê tenho preguiça dessas coisas, eu faço parte da geração que aprendeu que nada funciona e nunca vai funcionar honestamente quando o assunto é política. Morando fora eu ví que no Brasil desonestidade na política é cultural e o povo quer mesmo é samba e futebol. Eu sou da geração sem esperanças, chame como quiser, não ligo balhufas pra política e não, não adianta me criticar porquê a culpa não é minha. Mas sou da geração que aprendeu mais na internet do que na escola ou faculdade e por essa causa eu até bancaria o chinês na frente de um tanque na praça da paz. Com certeza.
domingo, 28 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Proibido é mais gostoso.
Já me era sabido que dentro de shopping não pode filmar sem autorização dos responsáveis. Coisa que eu já tinha, mas mesmo assim:
_ Não pode filmar aqui dentro.
_ Posso sim, tô cobrindo a exposição do SEBRAE sobre Sergipe.
_ Me acompanha.
_ Mais uma vez? Vocês não se comunicam com esse radinho aí? É a segunda vez.
E o pau mandado me levou até outro pau mandado acima dele que confirmou, pela segunda vez que, sim, eu tinha autorização pra fazer imagens da exposição no interior do shopping. Até pensei em pedir algo por escrito pois não sabia até onde minha paciência iria e quantos seguranças teria de acompanhar pra poder fazer as imagens sossegado. Voltei filmando tudo, disfarçando uma hora ou outra e filmando. Praça de alimentação, transeuntes felizes, madames com seus orgasmos consumistas, adolescentes com aqueles cabelos, meu Deus, aquele cabelo. Eu, que quando moleque me achava rei do mundo com minhas calças rasgadas e meu all-star sujo, pergunto: Caralho, o que é aquele cabelinho e aquele olho pintado? Que o tempo me dê mais tolerância porque se der bom senso eu passo rasteira num filho meu, soa muito ridículo pra ser simples rebeldia adolescente. Filmei tudo, até o segurança, de longe, claro. Fazia algumas imagens da exposição e quase sem perceber já estava colocando a câmera no chão pra filmar aquele mundo de pés indo e vindo ou aquela loira que babava diante da vitrine com o filho no colo, aposto que pensava em dividir em 12 parcelas aquilo que desejava; moça nova, sozinha num shopping, com um filho no colo, grávida e com as raízes do cabelo por fazer, aposto que seria em 12 vezes no cheque - nada como a arte humana de pré-conceituar. E fiquei lá, filmando tudo que realmente não precisava, só porque me disseram que não pode. Até penso em editar e vender pedindo grana alta aos seguranças, isso deve valer horrores pra eles. Horrores.
_ Não pode filmar aqui dentro.
_ Posso sim, tô cobrindo a exposição do SEBRAE sobre Sergipe.
_ Me acompanha.
_ Mais uma vez? Vocês não se comunicam com esse radinho aí? É a segunda vez.
E o pau mandado me levou até outro pau mandado acima dele que confirmou, pela segunda vez que, sim, eu tinha autorização pra fazer imagens da exposição no interior do shopping. Até pensei em pedir algo por escrito pois não sabia até onde minha paciência iria e quantos seguranças teria de acompanhar pra poder fazer as imagens sossegado. Voltei filmando tudo, disfarçando uma hora ou outra e filmando. Praça de alimentação, transeuntes felizes, madames com seus orgasmos consumistas, adolescentes com aqueles cabelos, meu Deus, aquele cabelo. Eu, que quando moleque me achava rei do mundo com minhas calças rasgadas e meu all-star sujo, pergunto: Caralho, o que é aquele cabelinho e aquele olho pintado? Que o tempo me dê mais tolerância porque se der bom senso eu passo rasteira num filho meu, soa muito ridículo pra ser simples rebeldia adolescente. Filmei tudo, até o segurança, de longe, claro. Fazia algumas imagens da exposição e quase sem perceber já estava colocando a câmera no chão pra filmar aquele mundo de pés indo e vindo ou aquela loira que babava diante da vitrine com o filho no colo, aposto que pensava em dividir em 12 parcelas aquilo que desejava; moça nova, sozinha num shopping, com um filho no colo, grávida e com as raízes do cabelo por fazer, aposto que seria em 12 vezes no cheque - nada como a arte humana de pré-conceituar. E fiquei lá, filmando tudo que realmente não precisava, só porque me disseram que não pode. Até penso em editar e vender pedindo grana alta aos seguranças, isso deve valer horrores pra eles. Horrores.
sábado, 20 de junho de 2009
Som e Fúria - "Plim-plim."
Acabei de ver a vinheta da nova série da Globo, vai ser do caralho. Eu sei que você está duvidando e dizendo que é só mais um, mas é só porque ainda não viu a vinheta. Eu entendo, as pessoas costumam dúvidar do que não conhecem mesmo. E também não sabe que quem dirigiu foi Fernando Meirelles. E agora que sabe, mudou de opinião e talvez até concorde sem ao menos conhecer a vinheta. Eu entendo, as pessoas são estagnadas em grandes figuras mesmo. Normal. Eu entendo e até me incluo.
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Sobre uma frase do Tas.
Marcelo Tas, na minha modesta e desnecessária opinião é o maior exemplo do que são as mídias on-line, e deveria ter sua careca estampada em botons e bandeiras numa possível guerra no AI-5 Digital, porquê o cara representa a classe blogueira, com classe, além de ser um dos sujeitos mais seguidos no Twitter e com certeza não gostaria de gente criando leis ignorantes e refutáveis para o mundo digital. Ele sempre se mostrou apaixonado pelas mídias que estes espaços virtuais nos permitem. Quando eu ainda postava no meu antigo blog, uma das minhas leituras favoritas eram as letras do blog deste careca que hoje comanda a bancada de um dos poucos programas que valem uns minutinhos em frente à Tv aberta - o CQC. Aliás, naquele tempo, meu respeito pelo sujeito vinha de um dos seus personagens. Sem querer deixar o professor Tibúrcio chateado, mas não é dele que falo. O personagem é Ernesto Varela, na qual ele colocava políticos e pessoas importantes (juro que separei "pessoas importantes" de "políticos" sem perceber, uma pena, mas esse país me fez assim) em situações constrangedoras com humor e inteligência. Curiosamente e talvez não por acaso, hoje Tas comanda uma trupe que faz a mesma coisa, mais precisamente com Danilo Gentilli. Lembro dos vídeos do Ernesto e naquela época Paulo Maluf era alvo fácil. E hoje, ainda é alvo e pelos mesmos motivos, a este fato nada se atribui ao acaso, é descaso mesmo, dos mais tristes, mas devo parar por aqui porque eu falando de política é o Nx zero querendo falar sobre as palavras de Chico. Se é que me entende.
Hoje quando assistia o noticiário na TV descobri que déjà-vus vão ser cada vez mais frequentes em frente a televisão. Mamãe veio passar uns dias comigo e foi pra ela que eu disse, com aquela arrogância que me é peculiar: "nossa, já sei de tudo isso que noticiaram." E foi aí que me lembrei de Marcelo Tas postando via twitter algo como: "Qualquer indivíduo como fonte de informação é fato inevitável". Sim, fato inevitável e real. Foi por meio de pessoas normais que espalham links numa velocidade incrível, via twitter, que eu pude desfrutar de um momento filhinho bem informado diante da mamãe.
Mas a microblogagem do twitter não é só fazedora de pequenos arrogantes que sabem tudo antes mesmo de sair da boca do casal Bonner. É também arma contra as mazelas e censuras do mundo: clique. Dá uma olhada no link e veja o grau de boas possibilidades contra a censura que o twitter está dando para os iranianos. Mas o bom mesmo, é parecer bem informado para a mamãe.
Ah, só pra constar, taí o Personagem: Ernesto Varela de Marcelo Tas, nos tempos em que ele ainda tinha cabelo.
Hoje quando assistia o noticiário na TV descobri que déjà-vus vão ser cada vez mais frequentes em frente a televisão. Mamãe veio passar uns dias comigo e foi pra ela que eu disse, com aquela arrogância que me é peculiar: "nossa, já sei de tudo isso que noticiaram." E foi aí que me lembrei de Marcelo Tas postando via twitter algo como: "Qualquer indivíduo como fonte de informação é fato inevitável". Sim, fato inevitável e real. Foi por meio de pessoas normais que espalham links numa velocidade incrível, via twitter, que eu pude desfrutar de um momento filhinho bem informado diante da mamãe.
Mas a microblogagem do twitter não é só fazedora de pequenos arrogantes que sabem tudo antes mesmo de sair da boca do casal Bonner. É também arma contra as mazelas e censuras do mundo: clique. Dá uma olhada no link e veja o grau de boas possibilidades contra a censura que o twitter está dando para os iranianos. Mas o bom mesmo, é parecer bem informado para a mamãe.
Ah, só pra constar, taí o Personagem: Ernesto Varela de Marcelo Tas, nos tempos em que ele ainda tinha cabelo.
terça-feira, 16 de junho de 2009
Natural x Social.
"O erotismo é a chave que desvenda aspectos fundamentais da natureza humana, uma vez que se encontra no limite entre o natural e o social, o humano e o não-humano."
Georges Bataille.
Georges Bataille.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
E assim a gente não sai.
Bom mesmo é paixão no sofá da sala. Respiração funda e olho no olho. Tão próximo que faço daqueles olhos um espelho, e alí faço meu mundo, nos olhos que brilham, pequenas órbitas, dois mundos. Um mundo caindo e eu alí, caindo naquele mundo. Me vendo ofegante no reflexo, tão próximo, não só de distâncias mas de almas também, o brilho é importante porque é preciso também enxergar-se alí. Duas almas se olhando e achando tudo aquilo eterno.
Uma pena, mas essa vida ficou cedo demais pra falar de amor. A idéia desse cume de sentimentos é uma poeira muito fina, uma idéia tão vaga quanto dar poemas àqueles que não estão aí pro coração, se esvai num sopro como se fosse nada e a poeira some no ar. E não se fala de Amor no meio da vida, porquê Amor é final. Acho que é uma idéia que a gente só alcança quando tudo acaba, quando desistimos dos quereres, no final mesmo. Quando aceitamos - pela força do tempo - a beleza e os desafios da alma do outro, e assim nos veremos amando, quase sem perceber. E que todo mundo possa falar do Amor eterno um dia. Até lá nós vamos de sofá mesmo, sempre achando que o Amor chegou.
Uma pena, mas essa vida ficou cedo demais pra falar de amor. A idéia desse cume de sentimentos é uma poeira muito fina, uma idéia tão vaga quanto dar poemas àqueles que não estão aí pro coração, se esvai num sopro como se fosse nada e a poeira some no ar. E não se fala de Amor no meio da vida, porquê Amor é final. Acho que é uma idéia que a gente só alcança quando tudo acaba, quando desistimos dos quereres, no final mesmo. Quando aceitamos - pela força do tempo - a beleza e os desafios da alma do outro, e assim nos veremos amando, quase sem perceber. E que todo mundo possa falar do Amor eterno um dia. Até lá nós vamos de sofá mesmo, sempre achando que o Amor chegou.
A frieza do relógio.
Ela e a hora
Eram certas, corretas
me eram, sei que eram.
A hora e ela.
Lugares nunca me importaram.
Mas meus dias tinham horas de atraso.
Eram certas, corretas
me eram, sei que eram.
A hora e ela.
Lugares nunca me importaram.
Mas meus dias tinham horas de atraso.
Ou então já fui um pinguim.
Eu não sei brincar de amores, por quê? Levo tão a sério quanto dignidade, respeito, confiança, essas coisas. É a índole herdada, só pode. Um porre só. Poderia ter sido como meus pais em outras áreas, sei-lá. Gostar das mesmas coisas que todos gostam, fazer o que todos fazem, gostar da responsabilidade que todos têm - não que eu não tenha, só nao gosto de ter - ouvir os mais velhos. Mas não, sempre querendo o contrário. E foi bem lá, nas redondezas do coração que eu fui ter esse conservadorismo barato que o papai e a mamãe ensinam. Careta pra caralho. Um velho. Desses chatos que acham um absurdo a evolução cultural da espécie. Sabe? Um porre só.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Sobre colocar os planos em dia.
Sabia-se dos dias rotineiros, dos amigos no fim-de-semana, do respeito que tem por eles e da delícia de ser respeitado. Já não incomodava tanto a rotina esmagadora - incomodava um pouco, mas a mesmisse acalma qualquér indivíduo que queira reclamar. Era tudo muito claro, as coisas boas eram simples coisas boas e, aos empecilhos da alma, havia dias em que tudo era até aceitável, embora raro, mas havia. Sabia-se da própria vida, dos planos que sofriam guardados na gaveta por falta de tempo, sabia também do pecado que cometia deixando seus planos acomodados à um amontoado de meias. De meias. Antes fosse meias-verdades, mas são meias comuns, dessas que gente guarda na gaveta quando não está no pé. E antes fossem pecados aos Deuses, mas é desses que a gente comete contra a própria vida, quando a vida não está no pé, muito menos em nós. E a gente fica assim, mal da cabeça. E doente do pé.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
... dessas e de muitas outras.
Ela folheava a revista sem vontade alguma, não tinha a menor intenção de parar em qualquer página que fosse, só tinha por hábito fazer aquilo com o que estivesse ao seu alcance. Era isso que estava alí, no balcão largo da livraria que servia o melhor café daquele shopping.
Ele entrou rápido - na mesma hora ela levava a xícara da mesa à boca - e foi direto ao setor que lhe interessava, com passos de quem sabe o que foi fazer alí, direto ao ponto. Nem sequer pensaria em entrar naquela livraria se não fosse aquele livro que lhe indicaram. Não entraria em lugar algum se não fosse com um objetivo certo. Nunca foi desses que entram pra olhar, nunca foi desses que passeiam em shopping.
Ela, com a xícara ainda entre a mesa e a boca, viu ele saindo da livraria e pode perceber que ele a olhara com o canto dos olhos com uma indiferença digna de quem realmente não precisa de ninguém. Ela sentiu uma sensação estranha quando percebeu que, não só a xícara permaneceu alí parada, quase flutuando junto a seus pensamento, como a página da revista era exatamente a mesma quando ele entrou. Confusa, ela tentava entender se aquele rapaz teria feito tudo muito rápido ou se foi o mundo dela que havia parado naquele instante. De coração magro, sabia que aquilo não lhe ocorria há muito tempo. Em suas experiências amorosas, aprendeu bem que aquela indiferença toda era receita certa pra uma paixão fulminante.
Ele, a caminho de casa, passava as páginas daquele livro, à toa, só pra não correr o risco de ver um conhecido qualquer e ter de enfrentar o porre das relações sociais. E por um instante dedicou alguns segundos àquela criatura sentada no balcão da livraria, com seu julgamento barato, tentava entender o que teria de bom a oferecer, gente que lê revistas de beleza...
A vida tem dessas.
Ele entrou rápido - na mesma hora ela levava a xícara da mesa à boca - e foi direto ao setor que lhe interessava, com passos de quem sabe o que foi fazer alí, direto ao ponto. Nem sequer pensaria em entrar naquela livraria se não fosse aquele livro que lhe indicaram. Não entraria em lugar algum se não fosse com um objetivo certo. Nunca foi desses que entram pra olhar, nunca foi desses que passeiam em shopping.
Ela, com a xícara ainda entre a mesa e a boca, viu ele saindo da livraria e pode perceber que ele a olhara com o canto dos olhos com uma indiferença digna de quem realmente não precisa de ninguém. Ela sentiu uma sensação estranha quando percebeu que, não só a xícara permaneceu alí parada, quase flutuando junto a seus pensamento, como a página da revista era exatamente a mesma quando ele entrou. Confusa, ela tentava entender se aquele rapaz teria feito tudo muito rápido ou se foi o mundo dela que havia parado naquele instante. De coração magro, sabia que aquilo não lhe ocorria há muito tempo. Em suas experiências amorosas, aprendeu bem que aquela indiferença toda era receita certa pra uma paixão fulminante.
Ele, a caminho de casa, passava as páginas daquele livro, à toa, só pra não correr o risco de ver um conhecido qualquer e ter de enfrentar o porre das relações sociais. E por um instante dedicou alguns segundos àquela criatura sentada no balcão da livraria, com seu julgamento barato, tentava entender o que teria de bom a oferecer, gente que lê revistas de beleza...
A vida tem dessas.
sábado, 30 de maio de 2009
Ócio.
Documentário já em casa: Vida e obra de Hunter S. Thompson, pai da escrita gonzo, e o que é melhor: legendado.
Passei quase a semana inteira em cima de dois projetos que nunca acabam - acho que a vida passa a ser ordinária quando a recompensa ou dinheiro não dão menor ânimo pra terminar certos trabalhos - e durante a semana, por conta da falta de tempo pra ler, favoritei alguns blogs relacionados ao jornalismo de Thompson, impróprio para a lógica de operação dessa máquina cretina que é o pano de fundo de nossas vidas felizes: as mídias convencionais.
Portanto, hoje me dedicarei somente a isso, incluindo o documentário. E que se fodam os clientes e os projetos profissionais, isso pode esperar. A minha vida não.
Apaixonado pelas diversas formas e estilos que o homem, este macaco pelado, inventou para sintetizar seus anseios e dores em palavras, pergunto: Como escreveria um Gonzo apaixonado?
Passei quase a semana inteira em cima de dois projetos que nunca acabam - acho que a vida passa a ser ordinária quando a recompensa ou dinheiro não dão menor ânimo pra terminar certos trabalhos - e durante a semana, por conta da falta de tempo pra ler, favoritei alguns blogs relacionados ao jornalismo de Thompson, impróprio para a lógica de operação dessa máquina cretina que é o pano de fundo de nossas vidas felizes: as mídias convencionais.
Portanto, hoje me dedicarei somente a isso, incluindo o documentário. E que se fodam os clientes e os projetos profissionais, isso pode esperar. A minha vida não.
Apaixonado pelas diversas formas e estilos que o homem, este macaco pelado, inventou para sintetizar seus anseios e dores em palavras, pergunto: Como escreveria um Gonzo apaixonado?
terça-feira, 26 de maio de 2009
Os rótulos dos instintos: paixão.
Doloroso seria se fosse demorar mais pra sair de dentro do peito, mas já é quase nada. É bom quando a coisa vem pra dentro da gente tão rápido, ruim é quando não é gostoso que ela permaneça dentro. Ruim simplesmente porque não acontece da forma que a gente quer, aí eu fico querendo crer que essas coisas que fazem perder a razão sejam simples reações corporais, sabe? Dessas reações que dão no cérebro. Fico imaginando aquela coisa metódica pra dar resposta ao que me aconteceu: um quadro negro e alguém explicando que isso tudo é simplesmente dopamina sendo liberada, somente meu instinto de perpetuar a espécie saindo pelas entranhas, e o homem, com essa capacidade e essa mania estranha de dar poesia e rotular as coisas, chamou de paixão. Eu me esforço pra não levar esse metodismo ao coração, porque essa verdade metódica pode até ser o melhor remédio para as paixonites da vida, mas está longe de ser a exatidão mais bonita. E eu quero sempre o mais belo, mesmo que sozinho e com graça nenhuma.
quinta-feira, 14 de maio de 2009
Em rima.
amor, então,
também acaba?
não, que eu saiba.
o que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
ou em rima.
caprichos & relaxos - Paulo Leminski
também acaba?
não, que eu saiba.
o que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
ou em rima.
caprichos & relaxos - Paulo Leminski
Roubaram meu conformismo.
Eu quero a cura pra essa minha queda pelo contrário, meu amor pelo inverso. Quero ser natural também em ares comuns e não só quando nadando contra a corrente. Quero a cura para o que classificaram rebeldia. Eu quero a cura pro meu repúdio a gente que só veste porque os outros vestem, que ouve, porque os outros ouvem. A cura pro meu nojo de gente que tem medo do pecado - e também quero uma explicação para o que é o pecado. Eu quero distância da minha discordância sobre tudo que já foi estabelecido por outros, sem que me perguntassem nada, se concordo ou não. Nunca me perguntaram, sequer uma vez. E assim, me tornaram um defeito em meio aos outros. E quem é que decidiu que eu seria um defeito? Quem é que jogou o certo e o errado num balaio, chacoalhou, e tirou de dentro os comportamentos ideais? Depois deu nome aos que não se encaixaram a esses comportamentos: pecadores, problemáticos, rebeldes, a gangue do Padre Amaro.
A minha individualidade não permite que eu me encaixe. Eu quero a cura pra minha individualidade, pra minha teimosia. A cura pro meu egoísmo, que não sei se é tão egoísta assim. Eu quero a cura pro meu ceticismo, quero ter fé. Quero pedir a Deus que me cure, ou então que cure as pessoas, a massa, e quero poder acreditar que Deus funciona mesmo - eu venho desejando tal conforto. E que me mande ao inferno pela minha dúvida, mas vem dizer se sou eu mesmo que precisa de cura. E caso não seja, eu quero todos os meus dias de volta, dias em que eu estive neste mesmo inferno, banhado em culpa por achar que precisava de cura. Porque depois de tanto tempo sentindo isso, é inaceitável que essa minha culpa e o meu incomodo diante dos comportamentos ditos ideais, tenham sido assim, tão desnecessários.
A minha individualidade não permite que eu me encaixe. Eu quero a cura pra minha individualidade, pra minha teimosia. A cura pro meu egoísmo, que não sei se é tão egoísta assim. Eu quero a cura pro meu ceticismo, quero ter fé. Quero pedir a Deus que me cure, ou então que cure as pessoas, a massa, e quero poder acreditar que Deus funciona mesmo - eu venho desejando tal conforto. E que me mande ao inferno pela minha dúvida, mas vem dizer se sou eu mesmo que precisa de cura. E caso não seja, eu quero todos os meus dias de volta, dias em que eu estive neste mesmo inferno, banhado em culpa por achar que precisava de cura. Porque depois de tanto tempo sentindo isso, é inaceitável que essa minha culpa e o meu incomodo diante dos comportamentos ditos ideais, tenham sido assim, tão desnecessários.
Música.
É aquela velha história: não tem nada pra dizer, cita alguém ou recomenda um disco. Sabe? Mentira, é que fez-se necessário mesmo, não gosto de "posts recomendações" mas a banda é muito very good too much demais da conta:
Heitor e Banda Gentileza.
É o nome da banda que tenho amado pra vida inteira, nem que só por um instante, eternamente nos meus fones, Huehuhe! - pra ouvir música tem que ser mais ou menos assim, né?
www.heitorebandagentileza.com.br - No site rola todas as músicas para download, adoro todas, mas só pra destacar a minha favorita: "Coracion" - a segunda pra download no site. Mas é sério, baixe todas que são boas. Se não conseguir baixar me procura aqui: tuzijp@gmail.com - que eu mando os dois albuns.
Pronto, recomendei. E não tinha nada pra dizer mesmo.
Mas me escuta, rapaz! É BÃO demais. Recomendação da amiga Giovana Fixous, que é sempre boa. Uma pena não terem tocado na Virada Cultural.
Heitor e Banda Gentileza.
É o nome da banda que tenho amado pra vida inteira, nem que só por um instante, eternamente nos meus fones, Huehuhe! - pra ouvir música tem que ser mais ou menos assim, né?
www.heitorebandagentileza.com.br - No site rola todas as músicas para download, adoro todas, mas só pra destacar a minha favorita: "Coracion" - a segunda pra download no site. Mas é sério, baixe todas que são boas. Se não conseguir baixar me procura aqui: tuzijp@gmail.com - que eu mando os dois albuns.
Pronto, recomendei. E não tinha nada pra dizer mesmo.
Mas me escuta, rapaz! É BÃO demais. Recomendação da amiga Giovana Fixous, que é sempre boa. Uma pena não terem tocado na Virada Cultural.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
"Quantos defeitos sanados com o tempo..."
A verdade é que eu tenho saudade dos meus defeitos infantís, que só são defeitos por não se encaixarem na lógica de operação da sociedade em que vivo. Saudade de achar que o problema são os outros, que carnaval é uma merda, que a vida seria muito mais interessante se fizéssemos o que desse na telha. Saudade de pensar só em mim e quando for dormir, usar meu próprio ego como travesseiro. Isso mesmo.
Sorrir em meio as relações sociais é sempre uma batalha, a diferença de hoje dos tempos em que sinto saudade, é que hoje eu sustento um sorriso social besta na cara, que talvez nem seja meu. Hoje eu fiquei umas 4 horas com uma cliente, vou adorar ver o sorriso no rosto dela depois que terminar de compor o vídeo que ela me pediu, e o processo todo de composição também me é prazer. Mas a vida vai ficando amarga com o tempo e no pacote dos prazeres a danada sempre há de colocar algo desagradável, o cliente vem junto. Era uma mulher simpática, legal. Mas eu não sei o motivo que faz com que eu não sinta a menor necessidade de ser o mesmo com ela, mas eu fui, mesmo sem essa necessidade. E a saudade é dos tempos em que eu só era algo, se fosse com naturalidade. Ah, quem dera de volta a minha imaturidade. Pois toda imaturidade é natural, e toda responsabilidade é uma necessidade do meio em que vivemos, e não uma necessidade nossa. Percebe quanto o mundo vai ficando feio à medida que crescemos? Caminhamos ao não natural das relações que nos rodeiam. Caminhamos a grandes responsabilidades.
É claro que sinto saudades da minha rebeldia em não aceitar as pequenas coisas desagradáveis da vida, mas também é claro, muito claro, que se rebelando ou aceitando, sempre haverá descontentamento, com ou sem responsabilidades. É o que a vida ensina. E hoje, pelo menos por hoje, eu não quero escrever a ninguém para prestar atenção só às coisas belas da vida. Porquê este é um post nostálgico aos tempos do meu antigo "foda-se", que eram muito mais foda-se que o dos dias de hoje. Um post em homenagem aos antigos e belos defeitos curados e um brinde à imaturidade.
Bons tempos aqueles.
Sorrir em meio as relações sociais é sempre uma batalha, a diferença de hoje dos tempos em que sinto saudade, é que hoje eu sustento um sorriso social besta na cara, que talvez nem seja meu. Hoje eu fiquei umas 4 horas com uma cliente, vou adorar ver o sorriso no rosto dela depois que terminar de compor o vídeo que ela me pediu, e o processo todo de composição também me é prazer. Mas a vida vai ficando amarga com o tempo e no pacote dos prazeres a danada sempre há de colocar algo desagradável, o cliente vem junto. Era uma mulher simpática, legal. Mas eu não sei o motivo que faz com que eu não sinta a menor necessidade de ser o mesmo com ela, mas eu fui, mesmo sem essa necessidade. E a saudade é dos tempos em que eu só era algo, se fosse com naturalidade. Ah, quem dera de volta a minha imaturidade. Pois toda imaturidade é natural, e toda responsabilidade é uma necessidade do meio em que vivemos, e não uma necessidade nossa. Percebe quanto o mundo vai ficando feio à medida que crescemos? Caminhamos ao não natural das relações que nos rodeiam. Caminhamos a grandes responsabilidades.
É claro que sinto saudades da minha rebeldia em não aceitar as pequenas coisas desagradáveis da vida, mas também é claro, muito claro, que se rebelando ou aceitando, sempre haverá descontentamento, com ou sem responsabilidades. É o que a vida ensina. E hoje, pelo menos por hoje, eu não quero escrever a ninguém para prestar atenção só às coisas belas da vida. Porquê este é um post nostálgico aos tempos do meu antigo "foda-se", que eram muito mais foda-se que o dos dias de hoje. Um post em homenagem aos antigos e belos defeitos curados e um brinde à imaturidade.
Bons tempos aqueles.
domingo, 26 de abril de 2009
"Socorro, não estou sentindo nada."
Qualquer senhor sentado num banco de praça voltaria ao seu vigor se estiver apaixonado.
E eu, um cara com duas décadas de vida afirmando coisas? Pois bem. Se até a cegueira que tal estado emocional nos proporciona ganha certa beleza. Se até os dias mais monótonos ganham vida. A borboleta que nos dias de menos calor no coração, é somente borboleta, passa à condição de "espécie cambaleante no céu, de um amarelo único, capaz de alegrar uma vida, e até um comentário ao amigo do lado: "borboletas vivem somente o hoje, sabia?". Quer poesia maior que esta observação? Não terá se ela vier de alguém apaixonado - e essa é uma observação só permitida aos apaixonados, exclusividades do coração.
As coisas se transformam. E se há tanta transformação assim nesses dias de calor no coração, por que não dar chance às batidas suaves daquele velhino sentado na praça? Eu tenho que acreditar que paixões revigorantes voltarão sempre aos nossos corações, calejados ou não.
É isso que eu quero pro resto da minha vida. Não estou a procura de alguém, e sim, de um sentimento.
E eu, um cara com duas décadas de vida afirmando coisas? Pois bem. Se até a cegueira que tal estado emocional nos proporciona ganha certa beleza. Se até os dias mais monótonos ganham vida. A borboleta que nos dias de menos calor no coração, é somente borboleta, passa à condição de "espécie cambaleante no céu, de um amarelo único, capaz de alegrar uma vida, e até um comentário ao amigo do lado: "borboletas vivem somente o hoje, sabia?". Quer poesia maior que esta observação? Não terá se ela vier de alguém apaixonado - e essa é uma observação só permitida aos apaixonados, exclusividades do coração.
As coisas se transformam. E se há tanta transformação assim nesses dias de calor no coração, por que não dar chance às batidas suaves daquele velhino sentado na praça? Eu tenho que acreditar que paixões revigorantes voltarão sempre aos nossos corações, calejados ou não.
É isso que eu quero pro resto da minha vida. Não estou a procura de alguém, e sim, de um sentimento.
segunda-feira, 13 de abril de 2009
terça-feira, 7 de abril de 2009
As medidas da humanidade. [parte 1]
A medida da humanidade, para mim, é a medida do desnecessário. Balhufas para as definições de humanidade que vejo por aí dizendo que o homem é o único animal racional, o único que ri, essas coisas.
Para mim, o homem só é o homem porque pode se dedicar com desvelo ao que não é necessário.
As milhões de possibilidades que temos sobre tudo só se deve a isso. Desde este blog até o homem na lua, só são possíveis pela liberdade e poder que temos sobre dedicar-se ao que é desnecessário.
Esse é o grande diferencial, essa é a medida, a arte do supérfluo
Então, aproveite.
Para mim, o homem só é o homem porque pode se dedicar com desvelo ao que não é necessário.
As milhões de possibilidades que temos sobre tudo só se deve a isso. Desde este blog até o homem na lua, só são possíveis pela liberdade e poder que temos sobre dedicar-se ao que é desnecessário.
Esse é o grande diferencial, essa é a medida, a arte do supérfluo
Então, aproveite.
domingo, 5 de abril de 2009
Muita estrela pra pouca constelação.
Finalmente editando pra mim mesmo, em casa. Mas só pra dizer que agora sobra mais tempo para as minhas curiosidades, meus planos e que se houver ócio que ele seja criativo. E acho que agora, depois de editar e compor muita coisa que dísta kilômetros do que me é prazer, finalmente vou poder compor aquelas sequências de quadros por segundo, aqueles vídeos, que representam as minhas matutadas. Sim, porquê eu não penso. Eu matuto. Pensar é pra gente inteligente.
Há alguns meses eu fui no Sesc numa espécie de releitura de alguns festivais do minuto, vídeos sortidos, aleatórios, nada selecionado. Confesso que gostaria que fossem selecionados, pois sempre há um quê de perda de tempo quando o curta é ruim. Mas, o que é ruim? É claro que eu tenho o meu leque de opções pra dizer o que é ruim, e você tem o seu e provavelmente ele não se iguala ao meu. Talvez eu diga que o ruim é aquele do assunto desnecessário e você aponte o dedo para aquele com o assunto do momento: aquecimento global. Dizendo que já é clichê, dizendo que já encheu o saco, talvez com um pouco de receio, pois além de cheio, seu saco estará suado. Embora a máxima "há gosto pra tudo" perpetue em meio a toda manifestação humana - com razão - o mal gosto e a falta do que dizer não me descem com tanta facilidade.
Enfim.
Que os assuntos sejam sempre diversos e que o abstrato, o surreal, estejam sempre em nossas manifestações de seja lá qual for a forma de expressão. Mas o que há de tão bom no vazio? Talvez em arte, o nada e o vazio sempre serão alguma coisa. Mas naquela sala de cinema eu percebí uma torrente de vídeos que fingem querer nos dizer algo pra na hora do orgasmo, não nos dizer nada. A valorização excessiva dos conteúdos(?) "nada" ou "vazio", soam como uma necessidade besta de parecer inteligente, ou "cult" - como os valorizadores dessas idéias preferem chamá-la.
Ou então talvez eu não tenha sensibilidade o suficiente para tanto... Para entendê-los. Talvez seja coisa pra quem pensa. Eu só matuto.
Só pra complementar o que eu disse, com um pouco de humor. Assistam:
Vídeo de Vitor Alli
Há alguns meses eu fui no Sesc numa espécie de releitura de alguns festivais do minuto, vídeos sortidos, aleatórios, nada selecionado. Confesso que gostaria que fossem selecionados, pois sempre há um quê de perda de tempo quando o curta é ruim. Mas, o que é ruim? É claro que eu tenho o meu leque de opções pra dizer o que é ruim, e você tem o seu e provavelmente ele não se iguala ao meu. Talvez eu diga que o ruim é aquele do assunto desnecessário e você aponte o dedo para aquele com o assunto do momento: aquecimento global. Dizendo que já é clichê, dizendo que já encheu o saco, talvez com um pouco de receio, pois além de cheio, seu saco estará suado. Embora a máxima "há gosto pra tudo" perpetue em meio a toda manifestação humana - com razão - o mal gosto e a falta do que dizer não me descem com tanta facilidade.
Enfim.
Que os assuntos sejam sempre diversos e que o abstrato, o surreal, estejam sempre em nossas manifestações de seja lá qual for a forma de expressão. Mas o que há de tão bom no vazio? Talvez em arte, o nada e o vazio sempre serão alguma coisa. Mas naquela sala de cinema eu percebí uma torrente de vídeos que fingem querer nos dizer algo pra na hora do orgasmo, não nos dizer nada. A valorização excessiva dos conteúdos(?) "nada" ou "vazio", soam como uma necessidade besta de parecer inteligente, ou "cult" - como os valorizadores dessas idéias preferem chamá-la.
Ou então talvez eu não tenha sensibilidade o suficiente para tanto... Para entendê-los. Talvez seja coisa pra quem pensa. Eu só matuto.
Só pra complementar o que eu disse, com um pouco de humor. Assistam:
Vídeo de Vitor Alli
sábado, 4 de abril de 2009
"O poeta, só é grande se sofrer" ?
A necessidade de externar, como dito no post anterior. Só é válida e criativa se houver sofrimento? Não sei. Mas quem disse que o poeta almeja ser grande?
Em mim só há uma necessidade boba, uma espécia de vaidade com aquilo que penso, como alguém que só quer mostrar a camiseta nova, que foi escolhida por alguns bons motivos: a cor, o desenho fora do comum e do óbvio, e depois contar o porque dessas escolhas. Meu sofrimento é pouco e é bobagem, quase nada. Mas talvez haja beleza em ser apaixonado pelos fantasmas que me rodeiam a qualquer hora do dia, talvez haja beleza em contar o porque escolhi aquela roupa - ou porque me ocorreu tal pensamento - mesmo que só a escrita daqueles que nunca foram felizes me satisfaça, não posso concordar que se deve esperar sofrer, pra sintetizar em palavras aquilo que sentimos. É certo que só a dor promove grandiosidade ao que nós - um bando de macacos pelados - chamamos de escrita, de arte, é só olhar pra trás e acompanhar a história. Mas quem quer grandiosidade? Eu só quero essa coragem de sempre, a de não ter medo de parecer ridículo. Piegas. Mesmo que saiba que talvez eu não pareça, que talvez eu seja. Eu não ligo, a inquietação do que me é sentimento é maior do que me é vaidade.
Em mim só há uma necessidade boba, uma espécia de vaidade com aquilo que penso, como alguém que só quer mostrar a camiseta nova, que foi escolhida por alguns bons motivos: a cor, o desenho fora do comum e do óbvio, e depois contar o porque dessas escolhas. Meu sofrimento é pouco e é bobagem, quase nada. Mas talvez haja beleza em ser apaixonado pelos fantasmas que me rodeiam a qualquer hora do dia, talvez haja beleza em contar o porque escolhi aquela roupa - ou porque me ocorreu tal pensamento - mesmo que só a escrita daqueles que nunca foram felizes me satisfaça, não posso concordar que se deve esperar sofrer, pra sintetizar em palavras aquilo que sentimos. É certo que só a dor promove grandiosidade ao que nós - um bando de macacos pelados - chamamos de escrita, de arte, é só olhar pra trás e acompanhar a história. Mas quem quer grandiosidade? Eu só quero essa coragem de sempre, a de não ter medo de parecer ridículo. Piegas. Mesmo que saiba que talvez eu não pareça, que talvez eu seja. Eu não ligo, a inquietação do que me é sentimento é maior do que me é vaidade.
Do outro lado do mundo.
Não lembro de quando é o texto, mas peguei do meu blog que eu escrevia no Japão. E faz parte de mim. Uma época em que não havia amigos pra conversar. O término de namoro mais doloroso da vida, a vontade de ir embora daquele país, e uma necessidade imensa de externar aquilo que eu sentia. Merece estar aqui no blog novo.
"Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que sinto muito. Sinto em ter de dizer que nada tenho a dizer, que tudo o que sempre acreditei hoje nada significa para mim. Que a vida cresceu demais, o mundo se transformou, e eu continuo aquela criança de sempre, que ainda chora ao sentir que as coisas não saíram como ela queria, que sente medo e tristeza diante de qualquer frustração. Sinto que tudo pode ter mudado, que as pessoas evoluíram, cresceram, e que nada mais pode ser alterado na medida em que vivo o eterno presente. Sinto que tantas confissões me fazem sentir um pouco pequeno. Um pouco menor do que deveria, talvez. Sinto que tudo poderia ter saído melhor, que o mundo poderia ter sido um pouco mais ameno comigo. Sinto uma incompreensão gigantesca, que brota aqui dentro e se espelha no mundo, em tudo o que me cerca. Ouço os passos daquela criança que um dia me deu alegria, ser uma criança foi uma coisa interessante para mim, foi algo que realmente me fez sentir que a vida era boa. Mas a vida é boa. A vida é ótima. Por que a gente sofre tanto? Queria mais respostas às minhas muitas dúvidas. Queria muito, de coração. Minha raiva só mostra que tudo o que sinto é verdadeiro, e encobre a tristeza que seria a realidade de minha vida. Foi o que me inspirou a escrever isso aqui. A vida. Tenho alguns motivos por aí, tenho algumas coisas para me apegar. Qual será o grande problema que me deixa assim, tão triste? Não sei. Queria realmente saber. Sou uma pessoa cheia de vazios, será que todo mundo é assim? Até que ponto a mentira pode me levar? Isto é, será que vale a pena começar algo assim? Vale a pena tentar? Claro que vale, esta tem de ser a resposta; ou isso ou você desiste. Eu não quero desistir, sinceramente não quero. Não quero nem me perguntar se isso tudo, essa torrente de texto que sai de dentro de mim tem valor ou não, se vale ou não, se está correta ou não, se está bem escrita ou não. Sem perguntas. Fluir, quero que a coisa acabe fluindo. Não acho certo que isso aconteça assim, desta maneira.Acho que tudo pode correr de uma maneira melhor, mais humana. Eu tenho de ser mais humano com o mundo, e principalmente comigo mesmo. Tenho de ser mais condescendente, tenho de ter mais amor. Quero ser mais do que sempre fui, sempre quero. Tenho essa mania tão humana de rejeitar o que queria mas não consigo ter. Isso devia ser chamado de covardia. Ah, é assim que classificam esse tipo de atitude? Ah, que coisa. Viu como é difícil dar uma contribuíção genuína ao mundo? Quase tudo já foi dito, classificado, descoberto ou inventado. Quer dizer, eu poderia ser biólogo e descobrir uma nova variedade de besouro comedor de larvas que só existe nas cavernas úmidas da Amazônia setentrional. Mas a quem interessa, além de um grupo reduzidíssimo de biólogos, isso tudo?As pessoas não querem saber se existe ou não existe um novo tipo de besouro comedor de larvas nas cavernas úmidas da Amazônia setentrional. As pessoas sequer sabem se existem ou não cavernas úmidas na Amazônia setentrional. Para a maioria das pessoas, eu incluído nesse grupo, a Amazônia é só uma fotografia de uma vasta floresta num pôster ou livro de escola. Faz sentido, não faz? As pessoas querem saber de vaidade, do último desfile de Gisele Bündchen, da capa da Playboy. Querem comprar o novo disco do Cpm-22, querem viajar para Paris e viver dias a flanar, querem comprar a miniatura da Torre Eifell, que não sei se escreve com um ou dois éles (acho que é com dois). As pessoas querem dizer "o que as pessoas querem". Querem saber mais do que sabem, querem poder. Eu sou parte das pessoas, eu também quero um naco disso tudo. Quero ser feliz, embora não admita assim, claramente. Há problema em qurer ser feliz? Eu tenho uma vida regrada, pago mihas contas (às vezes esqueço uma ou outra), e quero continuar assim. Dizer "sim senhor, seu guarda". Quero dar bom dia às pessoas com um sorriso no rosto, brincar com o resultado do jogo de ontem à noite. Quero ler meu jornal e acreditar que o país está melhorando, que meu time pode ser campeão e que as pessoas estão mais felizes, quero ler as notícias mais amenas, as boas novas (que não sei se escreve assim ou com hífen, estou compreguiça de consultar o dicionário), quero ser mais feliz. Aceitar qualquer coisa, parar de reclamar, não sentir necessidade de saber tudo o que os jornais noticiaram. Saber que a minha vida pode ser ordinária, igualzinha à vida de milhares de outros cretinos, e mesmo assim me sentir feliz. Quero muito, na verdade. Não sei se vai dar tempo pra tudo. O primeiro passo, de repente me ocorreu, seria sair da frente deste computador, abraçar as pessoas que amo, mas não posso. Acho que é isso. Cumprir as coisas direitinho. A vida pode ser uma coisa muito boa, mesmo sozinho. Às vezes o medo nos empurra para o que há de melhor."
"Antes de qualquer coisa, gostaria de dizer que sinto muito. Sinto em ter de dizer que nada tenho a dizer, que tudo o que sempre acreditei hoje nada significa para mim. Que a vida cresceu demais, o mundo se transformou, e eu continuo aquela criança de sempre, que ainda chora ao sentir que as coisas não saíram como ela queria, que sente medo e tristeza diante de qualquer frustração. Sinto que tudo pode ter mudado, que as pessoas evoluíram, cresceram, e que nada mais pode ser alterado na medida em que vivo o eterno presente. Sinto que tantas confissões me fazem sentir um pouco pequeno. Um pouco menor do que deveria, talvez. Sinto que tudo poderia ter saído melhor, que o mundo poderia ter sido um pouco mais ameno comigo. Sinto uma incompreensão gigantesca, que brota aqui dentro e se espelha no mundo, em tudo o que me cerca. Ouço os passos daquela criança que um dia me deu alegria, ser uma criança foi uma coisa interessante para mim, foi algo que realmente me fez sentir que a vida era boa. Mas a vida é boa. A vida é ótima. Por que a gente sofre tanto? Queria mais respostas às minhas muitas dúvidas. Queria muito, de coração. Minha raiva só mostra que tudo o que sinto é verdadeiro, e encobre a tristeza que seria a realidade de minha vida. Foi o que me inspirou a escrever isso aqui. A vida. Tenho alguns motivos por aí, tenho algumas coisas para me apegar. Qual será o grande problema que me deixa assim, tão triste? Não sei. Queria realmente saber. Sou uma pessoa cheia de vazios, será que todo mundo é assim? Até que ponto a mentira pode me levar? Isto é, será que vale a pena começar algo assim? Vale a pena tentar? Claro que vale, esta tem de ser a resposta; ou isso ou você desiste. Eu não quero desistir, sinceramente não quero. Não quero nem me perguntar se isso tudo, essa torrente de texto que sai de dentro de mim tem valor ou não, se vale ou não, se está correta ou não, se está bem escrita ou não. Sem perguntas. Fluir, quero que a coisa acabe fluindo. Não acho certo que isso aconteça assim, desta maneira.Acho que tudo pode correr de uma maneira melhor, mais humana. Eu tenho de ser mais humano com o mundo, e principalmente comigo mesmo. Tenho de ser mais condescendente, tenho de ter mais amor. Quero ser mais do que sempre fui, sempre quero. Tenho essa mania tão humana de rejeitar o que queria mas não consigo ter. Isso devia ser chamado de covardia. Ah, é assim que classificam esse tipo de atitude? Ah, que coisa. Viu como é difícil dar uma contribuíção genuína ao mundo? Quase tudo já foi dito, classificado, descoberto ou inventado. Quer dizer, eu poderia ser biólogo e descobrir uma nova variedade de besouro comedor de larvas que só existe nas cavernas úmidas da Amazônia setentrional. Mas a quem interessa, além de um grupo reduzidíssimo de biólogos, isso tudo?As pessoas não querem saber se existe ou não existe um novo tipo de besouro comedor de larvas nas cavernas úmidas da Amazônia setentrional. As pessoas sequer sabem se existem ou não cavernas úmidas na Amazônia setentrional. Para a maioria das pessoas, eu incluído nesse grupo, a Amazônia é só uma fotografia de uma vasta floresta num pôster ou livro de escola. Faz sentido, não faz? As pessoas querem saber de vaidade, do último desfile de Gisele Bündchen, da capa da Playboy. Querem comprar o novo disco do Cpm-22, querem viajar para Paris e viver dias a flanar, querem comprar a miniatura da Torre Eifell, que não sei se escreve com um ou dois éles (acho que é com dois). As pessoas querem dizer "o que as pessoas querem". Querem saber mais do que sabem, querem poder. Eu sou parte das pessoas, eu também quero um naco disso tudo. Quero ser feliz, embora não admita assim, claramente. Há problema em qurer ser feliz? Eu tenho uma vida regrada, pago mihas contas (às vezes esqueço uma ou outra), e quero continuar assim. Dizer "sim senhor, seu guarda". Quero dar bom dia às pessoas com um sorriso no rosto, brincar com o resultado do jogo de ontem à noite. Quero ler meu jornal e acreditar que o país está melhorando, que meu time pode ser campeão e que as pessoas estão mais felizes, quero ler as notícias mais amenas, as boas novas (que não sei se escreve assim ou com hífen, estou compreguiça de consultar o dicionário), quero ser mais feliz. Aceitar qualquer coisa, parar de reclamar, não sentir necessidade de saber tudo o que os jornais noticiaram. Saber que a minha vida pode ser ordinária, igualzinha à vida de milhares de outros cretinos, e mesmo assim me sentir feliz. Quero muito, na verdade. Não sei se vai dar tempo pra tudo. O primeiro passo, de repente me ocorreu, seria sair da frente deste computador, abraçar as pessoas que amo, mas não posso. Acho que é isso. Cumprir as coisas direitinho. A vida pode ser uma coisa muito boa, mesmo sozinho. Às vezes o medo nos empurra para o que há de melhor."
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