sábado, 4 de abril de 2009

"O poeta, só é grande se sofrer" ?

A necessidade de externar, como dito no post anterior. Só é válida e criativa se houver sofrimento? Não sei. Mas quem disse que o poeta almeja ser grande?

Em mim só há uma necessidade boba, uma espécia de vaidade com aquilo que penso, como alguém que só quer mostrar a camiseta nova, que foi escolhida por alguns bons motivos: a cor, o desenho fora do comum e do óbvio, e depois contar o porque dessas escolhas. Meu sofrimento é pouco e é bobagem, quase nada. Mas talvez haja beleza em ser apaixonado pelos fantasmas que me rodeiam a qualquer hora do dia, talvez haja beleza em contar o porque escolhi aquela roupa - ou porque me ocorreu tal pensamento - mesmo que só a escrita daqueles que nunca foram felizes me satisfaça, não posso concordar que se deve esperar sofrer, pra sintetizar em palavras aquilo que sentimos. É certo que só a dor promove grandiosidade ao que nós - um bando de macacos pelados - chamamos de escrita, de arte, é só olhar pra trás e acompanhar a história. Mas quem quer grandiosidade? Eu só quero essa coragem de sempre, a de não ter medo de parecer ridículo. Piegas. Mesmo que saiba que talvez eu não pareça, que talvez eu seja. Eu não ligo, a inquietação do que me é sentimento é maior do que me é vaidade.